CÂMBIO: Dólar opera em queda com alívio no exterior, atento ao local

Porto Alegre, 19 de março de 2021 – O dólar comercial opera em queda
desde a abertura dos negócios acompanhando o exterior mais positivo para as
moedas de países emergentes ao meio ao recuo dos rendimentos das taxas futuras
de juros dos títulos de dívidas do governo norte-americano, as treasuries, com
o vencimento de 10 anos (T-Note) em queda abaixo de 1,70%. Aqui, investidores
ainda fazem ajustes após a decisão inesperada do Banco Central (BC) em subir a
taxa Selic acima do esperado, mas atento ao avanço e aos efeitos da pandemia
no país.

Às 9h58 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em queda de 0,66%
no mercado à vista, cotada a R$ 5,5300 para venda, enquanto o contrato futuro
com vencimento em abril caía 0,57%, a R$ 5,5325. Lá fora, o Dollar Index tinha
alta de 0,12%, aos 91,971 pontos.

Para o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, no
exterior, os mercados buscam se recuperar dos efeitos provocados pela alta
significativa das treasuries ontem.

“A expectativa de forte crescimento da economia norte-americana, trazendo
de volta a inflação, impulsiona os juros longos apesar de o Fed [Federal
Reserve, o banco central norte-americano] ter garantido que não pretende elevar
a taxa de juros por lá tão cedo”, comenta.

O operador da corretora Commcor, Cleber Alessie, reforça que “passado o
grosso” dos ajustes com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom)
mais “hawkish” (dura) do que o esperado, investidores estão com os olhos
voltados ao exterior, com “relevantes oscilações” de preços que podem
voltar a contaminar os ativos locais.

“Se ontem tivemos uma diluição das reações ao Copom em decorrência de
uma nova guinada dos rendimentos das treasuries, hoje temos a iminência de
volatilidade adicional no mercado de renda variável norte-americano”, destaca
o operador, acrescentando que ainda vê “algum ajuste positivo reservado” aos
ativos locais, não hoje, mas em breve.

Daqui a pouco, o BC realizará um leilão de venda de dólares com
compromisso de recompra, conhecido como leilão de linha, de até US$ 2,150
bilhões. “Como é uma operação de rolagem de contratos, tira a pressão
compradora da moeda, mas não mexe na taxa de câmbio”, diz o diretor de
câmbio de uma corretora nacional. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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