CÂMBIO: Dólar opera em queda reagindo ao reajuste do STF, à espera do Fed

Porto Alegre, 8 de novembro de 2018 – O dólar comercial abriu volátil em
relação ao real, operando nos campos positivo e negativo, mas opera em queda
com investidores reagindo a aprovação do aumento salarial de ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF), ontem no Senado. O que pode provocar um rombo
entre R$ 4 e R$ 6,5 milhões nas contas públicas. Hoje, o Federal Reserve (Fed,
o banco central norte-americano) anuncia a decisão de política monetária.

Às 10h08 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em queda de
0,34%, cotada a R$ 3,7270 para venda, depois de oscilar na mínima de R$ 3,7260
(-0,37%) e máxima de R$ 3,7460 (+0,16%). No mercado futuro, o contrato para
dezembro caía 0,18%, a R$ 3,731. Lá fora, o Dollar Index subia 0,31%, próximo
dos 96,300 pontos.

A chamada “pauta-bomba”, que previa o reajuste salarial de ministros do
STF e também da procuradora-geral da República em 16,38% passando de R$ 33.763
para R$ 39.293, foi aprovada por 41 senadores, contra 16 votos. A aprovação
da medida deve gerar um rombo entre R$ 4 bilhões e R$ 6,5 bilhões em efeito
cascata no Judiciário. “Um impacto bilionário no Orçamento para o presidente
eleito, Jair Bolsonaro, e para os novos governadores”, comenta a equipe
econômica Capital Markets.

Aqui, investidores seguem de olho no noticiário político à espera do
anúncio de novos nomes da equipe do próximo governo e atentos se o presidente
do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, aceitará ou não o convite de Paulo
Guedes (futuro ministro da Economia) para seguir no comando da autoridade
monetária. À espera também de novidades em torno da reforma da Previdência.

Falando em banco central, o norte-americano, Federal Reserve (Fed), anuncia
hoje a decisão de política monetária com apostas de que se o juro básico se
mantenha na faixa entre 2,0%-2,25%. Porém, as atenções se voltam ao
comunicado, já que após as eleições legislativas em que os democratas
saíram vitoriosos após ocuparem a maioria das cadeiras da Câmara dos
Representantes.

“Isso leva investidores a apostarem que o presidente Donald Trump tenha
mais dificuldades em seguir com a sua agenda partir do ano que vem, o que
também alimenta a leitura de que o comitê de política monetária do Fed seja
cauteloso em acelerar o ritmo de aperto monetário”, avalia a equipe
econômica da H.Commcor. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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