CÂMBIO: Dólar opera instável com receio de possível apoio do centrão a Ciro

Porto Alegre, 16 de julho de 2018 – O dólar opera instável, apontando
para um viés de alta, na contramão do exterior, em um movimento de correção
frente à queda de sexta-feira [-0,87%, R$ 3,8510] que se contrapõe à
preocupação do mercado com os rumores de que partidos do chamado “centrão”
possam apoiar o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, o que deixa investidores
apreensivos.

Às 10h20 (de Brasília), o dólar à vista subia 0,02%, cotado a R$ 3,85
para venda, depois de oscilar entre mínima de R$ 3,8380 (-0,33%) e máxima de
R$ 3,8610 (+0,26%). No mercado futuro, o dólar caía 0,07%, a R$ 3,855,
enquanto lá fora, o Dollar Index recuava 0,21%, a 94,480 mil pontos.

“O dólar caiu muito na sexta-feira ante a ausência de fatos ruins. Hoje
abriu ajustando essa queda no vácuo que a moeda teve. Além do ajuste, a
notícia de que partidos do centro teriam interesse em apoiar o Ciro gera
apreensão no mercado e faz o dólar subir na contramão do exterior”, diz o
diretor da Correparti, Ricardo Gomes.

No sábado, líderes do DEM, PP, SD e PRB se reuniram com o pré-candidato
à Presidência para ouvir propostas. Segundo o jornal “Estado de São Paulo”,
o presidente do PRB, Marcos Pereira, declarou que “Ciro é muito mais
atraente”, comparando o pedetista ao também pré-candidato Geraldo Alckmin
(PSDB), com quem esses mesmos líderes devem se reunir nesta semana para também
avaliar propostas. Na véspera, o PRB anunciou a retirada da candidatura de
Flávio Rocha à Presidência alegando que os partidos do centro precisam se
unir.

No exterior, as principais moedas de países emergentes operam em alta
frente ao dólar repercutindo os dados do Produto Interno Bruto (PIB) da China
no segundo trimestre, que cresceu 6,7% em linha com o esperado pelo mercado.
Porém, a produção industrial chinesa “decepcionou”, com crescimento de 6%
em junho, abaixo da projeção de 6,5%, e dos 6,8% em maio, “o que alimenta
preocupações daqueles mais pessimistas com a disputa comercial com os Estados
Unidos”, comenta a equipe da H.Commcor, em relatório. Com informações da
Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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