CÂMBIO: Dólar oscila influenciado por exterior, após atuação do BC

Porto Alegre, 28 de agosto de 2019 – Enquanto o dólar à vista oscila
sem rumo único, o contrato da moeda no mercado futuro tem alta firme frente ao
real acompanhando o exterior, onde a moeda opera forte. Isso mesmo após a
atuação do Banco Central (BC) com operações de venda de dólares no mercado
à vista, com compromisso de recompra futura – conhecido como leilão de linha,
e swap cambial reverso.

Para o analista de câmbio da Correparti, Ricardo Gomes Filho, o exterior
dita os rumos da moeda em mais uma sessão com a continuidade da inversão da
curva de juros dos Estados Unidos. Os títulos de dívida do governo
norte-americano, as Treasuries de dois anos estão acima dos vencimentos de 10
anos, o que “historicamente”, indica uma recessão, dizem os analistas.

“A inversão da curva permanece e gera preocupação com a acentuação
hoje, o que causa desconforto global, porém, pontual. A guerra comercial [entre
Estados Unidos e China] somando ao temor de recessão no país e da economia
mundial fortalece o dólar lá fora”, diz.

Ele acrescenta que esse movimento externo “limita” as ações do Banco
Central. “Isso mostra que o BC talvez tenha que defender mais vezes um dólar
mais baixo do que já fez anteriormente. Ele está tentando [conter o avanço da
moeda], mas enquanto os fatores externos prevalecerem, talvez seja um pouco
mais difícil abrindo espaço para o dólar buscar o patamar de ontem, de R$
4,19”, avalia o analista.

Às 12h04 (de Brasília), o dólar à vista tinha ligeira queda de 0,09%,
negociado a R$ 4,1540 para venda, depois de oscilar na mínima de R$ 4,1330
(-0,60%) e máxima de R$ 4,1690 (+0,26%). O contrato futuro para setembro subia
0,60%, a R$ 4,1530. Lá fora, o Dollar Index subia 0,18%, aos 98,178 pontos.
Entre as principais moedas de países emergentes, o movimento é de
desvalorização. O peso argentino cai mais de 2% frente ao dólar.

As informações são da Agência CMA

Revisão: Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência
SAFRAS

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