CÂMBIO: Dólar oscila sem direção única com Orçamento sancionado e exterior

Porto Alegre, 23 de abril de 2021 – O dólar comercial oscila sem direção
única frente ao real e opera na estabilidade após o presidente Jair Bolsonaro
sancionar na data limite o Orçamento de 2021 com vetos de R$ 19,8 bilhões em
despesas e bloqueio de R$ 9,0 bilhões em outros gastos. Lá fora, o dólar
perde força após a notícia de que o presidente norte-americano, Joe Biden,
poderia elevar o imposto sobre ganho de capital para até 43,4%. A proposta
aumentaria a taxa para 39,6% para aqueles que ganham US$ 1,0 milhão ou mais,
contra os 20% atuais.

Às 10h09 (de Brasília), a moeda norte-americana oscilava com leve alta de
0,07% no mercado à vista, cotada a R$ 5,4590 para venda, enquanto o contrato
futuro com vencimento em maio tinha alta de 0,11%, a R$ 5,4590. Lá fora, o
Dollar Index caía 0,46%, acima dos 90,900 pontos.

Para o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, o
sentimento dos investidores é “prejudicado” pelas notícias sobre os avanços
da pandemia de covid-19 em vários países, bem como pela intenção de Biden
de aumentar impostos sobre ganhos de capital sobre a parcela mais rica da
população. Assunto que deverá ficar no radar nos próximos dias.

“O imposto atual é de 20%. O aumento deve enfrentar resistência de
republicanos e até de democratas moderados, que são mais cautelosos na seara
tributária. Portanto, há expectativa de um longo caminho à frente para
aprovação da iniciativa do governo”, avaliam os analistas da XP.

Aqui, o presidente Bolsonaro sancionou a Lei Orçamentária Anual (LOA) de
2021 com vetos que o Ministério da Economia estima “serem suficientes” para
recompor o valor subestimado nas despesas obrigatórias. Diferentemente do veto,
que é definitivo e foi feito diretamente na LOA, o bloqueio veio na forma de
um decreto e pode ser desfeito ao longo do ano, caso haja espaço fiscal para
isso.

O governo federal apontou que a referência para desfazer o bloqueio é
sobrar espaço entre os valores do orçamento e o teto de gastos –
diferentemente do contingenciamento, quando os valores são congelados a
depender do resultado previsto para a meta fiscal.

“A decisão foi efetiva para reequilibrar o orçamento, reduzindo o risco
de execução para o restante do ano. Além disso, a sanção abre espaço para
a edição de medidas provisórias para retomada de programas emergenciais, como
o BEm e o Pronampe”, destaca a equipe da XP. Rosa, da SulAmérica, acrescenta
que o resultado da aprovação do Orçamento “foi melhor do que o esperado” e
deve favorecer os ativos domésticos ao longo da sessão. Com informações da
Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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