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CÂMBIO: Dólar passa a cair ante o real após falas de Maia e Guedes

28 de março de 2019
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Porto Alegre, 28 de março de 2019 – Após operar em leve alta pela manhã,
o dólar passou a cair ante o real refletindo as falas do presidente da Câmara
dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do ministro da Economia, Paulo Guedes,
que almoçaram juntos e se mostraram dispostos a por fim nas trocas de farpas
dos últimos dias. Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro também adotou um tom
mais moderado, além de o leilão de linha realizado pelo Banco Central (BC) ser
outro fator que colabora para a leve correção da moeda depois da forte alta
de ontem.

Às 15h25 (horário de Brasília), o dólar comercial caía 1,23%, a R$
3,9060 na venda, depois de ter atingido a máxima de R$ 4,0180 perto da abertura
do pregão.

“Estamos vendo uma trégua, o fato de terem marcado o almoço já foi bom
sinal. Aparentemente, estão selando a paz”, disse o diretor de operações da
Mirae Asset Corretora, Pablo Spyer. Após almoço, Maia disse que o encontro foi
para retomar dialogo sobre a reforma da Previdência, “sem farpas”, enquanto
Guedes afirmou que os Poderes estão buscando aprovação da reforma
“hormonicamente”.

As declarações mostram uma tentativa de reaproximação e de acalmar os
ânimos depois de ontem, quando declarações de Guedes de Bolsonaro colocaram
mais ruídos na tensa relação do Planalto com o Congresso. Maia vinha
criticando a articulação do governo em torno da Previdência e fez duras
afirmações sobre o presidente. No entanto, Bolsonaro também deu declarações
em tom mais moderado hoje, afirmando que a crise com o deputado é “página
virada”.

Além das sinalizações mais positivas vindas da cena política, há uma
correção técnica e influência ainda do leilão de recompra de dólares,
conhecido como leilão de linha, realizado hoje entre 12h15 e 12h20, no valor
total de US$ 1,0 bilhão.

Já no cenário externo, o dólar opera com viés de alta frente a maioria
de divisas de outros países emergentes, com destaque para a lira turca, que
mostra desvalorização de mais de 2% em função de problemas econômicos no
país, com mudanças nas taxas de juros e temores de que o governo está
queimando reservas de moedas estrangeiras. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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