CÂMBIO: Dólar recua 1,5% à espera de resultado da eleição nos EUA

Porto Alegre, 5 de novembro de 2020 – O dólar comercial opera em queda
desde a abertura dos negócios, renovando mínimas sucessivas a R$ 5,57, com
investidores à espera do resultado da eleição presidencial nos Estados
Unidos, no qual dá indícios de ser uma vitória apertada seja do presidente
Donald Trump ou do candidato democrata, Joe Biden. Enquanto a apuração dos
votos segue em alguns estados do país, sai hoje a decisão de política
monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Às 9h58 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em forte queda de
1,48% no mercado à vista, cotada a R$ 5,5730 para venda, enquanto o contrato
para dezembro recuava 1,39%, a R$ 5,5780. Lá fora, o Dollar Index caía 0,82%,
aos 92,638 pontos.

Para o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, os
mercados precificam os ativos com a percepção de que a eleição
norte-americana deve resultar em um governo dividido, em especial entre as
câmaras do Congresso. “O que deve, por um lado, evitar que um pacote de
estímulo fiscal mais ambicioso seja aprovado, mas por outro, impedir os cortes
de impostos para empresas feitos na administração Trump de serem revogados”,
avalia.

“Biden ainda é o favorito por ter mais caminhos para a vitória. No
entanto, destacamos que sua liderança na corrida se viu ameaçada pela
apuração de novos votos em Arizona que voltaram a colocar o estado em jogo”,
diz a equipe econômica da XP Investimentos.

Eles reforçam que o atual presidente já recorreu ao judiciário na
Pennsylvania, Michigan e Geórgia e promete contestar o resultado eleitoral,
ampliando a incerteza atribuída ao processo e gerando a possibilidade de
indefinição dos resultados por semanas.

Hoje, sai a decisão de política monetária do Fed, a penúltima do ano.
Para o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, a autoridade monetária
já deixou claro em algumas ocasiões que o limite de ação do Comitê Federal
de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) foi atingido e que agora, os
estímulos devem partir do governo.

“Ou seja, gastos fiscais na veia. Com o impasse da liberação de novos
estímulos devido às discussões entre a Casa Branca e o Congresso
norte-americano, há expectativa, ainda que limitada, de que o Fed possa
anunciar algum pacote ou estímulo adicional para a economia”, destaca. Com
informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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