Porto Alegre, 11 de março de 2021 – O dólar comercial opera em queda
desde a abertura dos negócios, chegando a operar abaixo de R$ 5,60,
acompanhando o desempenho da moeda norte-americana no exterior, onde perde
terreno para as divisas pares e de países emergentes, e com o cenário
doméstico em meio à nova operação de swap cambial tradicional – equivalente
a venda de dólares no mercado futuro – realizada pelo Banco Central (BC) hoje.
Às 10h10 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em queda de 0,90%
no mercado à vista, cotada a R$ 5,6040 para venda, enquanto o contrato futuro
com vencimento em abril caía 1,21%, a R$ 5,6090. Lá fora, o Dollar Index
recuava 0,22%, aos 91,617 pontos.
Após fazer dois leilões ontem, de swap cambial tradicional, e de venda de
dólares no mercado à vista, o BC anunciou, após o fechamento do mercado, uma
nova operação de swap cambial para hoje, no qual colocou mais US$ 1,0 bilhão
no mercado. Com a queda global do dólar ontem, analistas questionaram a
estratégia da autoridade monetária, já que a divisa norte-americana também
tinha viés de baixa no mercado doméstico.
“O mercado leu as intervenções do BC como uma mudança de comportamento,
e duas teses foram as mais ouvidas. Uma é que poderia ser uma tentativa de
determinar uma trajetória de apreciação da moeda haja vista a proximidade da
reunião do Copom [Comitê de Política Monetária] e a outra é que estaria
aumentando o risco para quem usa o real como hedge. O timing das operações do
BC confundiram os operadores”, analisa o estrategista da XP Investimentos,
Victor Scalet.
Ele acrescenta que não acredita em uma sinalização de que o BC esteja
preocupado a ponto de vir com um choque mais forte na taxa Selic ou mesmo que
estaria fazendo um malabarismo para evitar algo do gênero. “Os agentes terão
que precificar mais risco no hedge, eventualmente, diminuindo suas posições ou
buscando outros ativos, reduzindo a pressão unidirecional no real e aumentando
a eficácia das intervenções mais usuais da autoridade monetária”,
finaliza.
Lá fora, após a aprovação do pacote de estímulos fiscais
norte-americanos de US$ 1,9 trilhão e de uma inflação dentro do esperado em
fevereiro nos Estados Unidos, o economista-chefe da Infinity Asset, Jason
Vieira, avalia que a grande preocupação dos investidores são os sinais
emitidos pelas autoridades monetárias de temores quanto à inflação
decorrente de um crescimento econômico mais acelerado, impulsionado por um
estímulo extraordinário na economia.
Daqui a pouco, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine
Lagarde, discursará após a decisão de política monetária. “A expectativa
fica para a perspectiva de aceleração inflacionária no verão europeu,
causada pela reabertura das economias e o avanço da vacinação no continente,
o que alimenta preocupações sobre a subida dos rendimentos das taxas de juros
das dívidas soberanas, movimento parecido com os que são monitorados em
relação aos títulos norte-americanos, ficando mais atraentes e gerando algum
desconforto”, comenta o diretor da Amplla Assessoria em Câmbio, Alessandro
Faganello.
Com informações da Agência CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 19/08/2025 08:45