CÂMBIO: Dólar sobe 1,5% por receio que tensão política ameace ajuste fiscal

Porto Alegre, 09 de março de 2015 – Receios com a turbulência política
trazida pela divulgação dos nomes de congressistas supostamente envolvidos em
desvios de recursos da Petrobras aumentam as dúvidas em relação às chances
de sucesso do ajuste fiscal e a aversão ao risco, impulsionando o dólar para o
maior nível em quase 11 anos ante o real.

Por volta das 10h no horário de Brasília, o dólar comercial subia 1,50%
em relação à moeda brasileira, para R$ 3,1020, embora mais cedo tenha
atingido R$ 3,1110 – maior nível desde 30 de junho de 2004, quando a máxima na
sessão foi de R$ 3,1170.

“Todo o ambiente que estamos vivendo, de incerteza do lado político,
deixa todo mundo preocupado com a aprovação das medidas de agora em diante.
Temos protestos acontecendo, a lista foi divulgada, então o investidor prefere
evitar o risco e buscar proteção”, afirma Jankiel Santos, economista-sênior
do Banco Espírito Santo de Investimento (BESI).

Segundo a SulAmérica Investimentos, a situação política no País leva o
acionista a adotar uma “postura defensiva, evitando assumir posição comprada
em ativos brasileiros”, entre eles o real. Com isso, a tendência para o dia
é de valorização da moeda norte-americana.

“O quadro doméstico não favorece os ativos de uma forma geral, com
investidores cautelosos ante os graves problemas políticos e econômicos
internos”, diz a corretora, em relatório.

No mercado futuro, os contratos de dólar com vencimento em abril sobem
1,26%, a R$ 3.123,50, enquanto os com vencimento em maio avançam 0,16%, a R$
3.112,00. As informações são da Agência CMA.

Revisão: Cândida Schaedler / Agência SAFRAS

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