CÂMBIO: Dólar sobe após delação de diretor da Odebrecht

Porto Alegre, 12 de dezembro de 2016 – O dólar abriu em alta ante o real,
na contramão do comportamento da moeda norte-americana no exterior, onde perde
terreno para a maioria dos rivais. O mercado doméstico, porém, reage
negativamente ao vazamento da delação premiada de um dos executivos da
Odebrecht, que atinge em cheio o núcleo político do governo Temer e pode
comprometer o andamento das medidas fiscais no Congresso.

Às 9h47, o dólar comercial subia 0,65%, cotado a R$ 3,3950, de R$ 3,4090
(+1,07%) na cotação máxima até então, enquanto o dólar futuro para janeiro
avançava 0,36%, a R$ 3,413. No exterior, o Dollar Index caía 0,4%, com o
dólar perdendo terreno para as moedas fortes e de países emergentes.

Segundo operadores e analistas de câmbio, a delação premiada do
ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho, que
vazou antes de ser homologada, promove uma aversão ao risco nos mercados
domésticos. O depoimento atinge o presidente Michel Temer, seus ministros mais
próximos e todos os caciques do PMDB no Senado, lembra Jefferson Rugik, da
Correparti Corretora.

Outro profissional acrescenta que se trata apenas da delação de um dos
mais de 70 executivos que firmaram acordo com a força-tarefa da Operação Lava
Jato. Para ele, essa notícia no front político faz com que o mercado
doméstico abra em dissonância com o exterior.

Há, ainda, a piora da avaliação do governo Temer pela pesquisa
Datafolha, com os que consideram a atual gestão ruim ou péssima subindo de 31%
para 51%.”Essas notícias podem comprometer as reformas econômicas”,
conclui. O BancoCentral realiza hoje mais um leilão de swap cambial
tradicional, com a oferta de até 9.995 mil. Se o lote for totalmente vendido, o
BC encerrará a rolagem do próximo mês. As informações partem da Agência
CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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