CÂMBIO: Dólar sobe após indicadores dos EUA acima do esperado

Porto Alegre, 30 de outubro de 2019 – O dólar comercial opera em alta
frente ao real em movimento de cautela antes da decisão de política monetária
do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e reagindo aos dados
de emprego nos Estados Unidos, divulgados pela ADP vindo acima do esperado pelo
mercado, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano cresceu acima
das projeções do mercado no terceiro trimestre.

Às 10h05 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em alta de 0,29%
no mercado à vista, cotada R$ 4,0150 para venda, enquanto o contrato para
novembro subia 0,38%, a R$ 4,0150. Lá fora, o Dollar Index tinha ligeira alta
de 0,05%, aos 97,743 pontos.

Nos Estados Unidos, foram criadas 125 mil vagas de trabalho neste mês,
segundo o relatório divulgado pela ADP, que serve como prévia do payroll
(relatório de empregos) a ser divulgado na sexta-feira. A expectativa do
mercado era criar 100 mil vagas. Saiu também a primeira leitura do PIB
norte-americano com crescimento de 1,9% no terceiro trimestre ante o mesmo
período de 2018, enquanto o mercado projetava alta de 1,6%.

Apesar do dado acima do esperado, a equipe econômica da Capital Economics
ressalta que o crescimento do emprego está diminuindo, correspondendo à queda
no crescimento do PIB. “Supondo que a tendência de queda no crescimento do
emprego e da atividade continue, esperamos que o Fed reduza as taxas de juros
hoje e em dezembro, mesmo que o Fed tente minimizar as expectativas de um corte
na última reunião do ano”, comenta.

Às 15 horas, sai o comunicado do Fed com a decisão sobre o juro nos
Estados Unidos. O mercado aposta e já precifica queda de 0,25 ponto percentual
(pp) com a taxa indo para a faixa entre 1,50% e 1,75% ao ano. Para o
economista-chefe da Infinity, Jason Vieira, com o corte do Fed já
“contratado”, a autoridade monetária passa agora por desafios.

“O Fed já iniciou o processo de sinalização de pausa na sua
comunicação, afinal, as mudanças de paradigma macroeconômicos no país
necessita de um período de observação para entender os rumos reais do que se
tem adotado como política de juros”, avalia.

No fim do dia, após o fechamento do mercado local, sai o comunicado do
Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) com ampla aposta
de mais um corte, o terceiro consecutivo, de 0,50 pp na taxa básica de juros
(Selic) renovando o piso histórico a 5,00% ao ano. Com informações da
Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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