Porto Alegre, 24 de outubro de 2017 – O dólar comercial fechou em alta de
0,46%, cotado a R$ 3,247 a venda, puxado pela valorização da moeda no cenário
externo, que seguiu a alta de mais de 2% nas taxas das Treasuries de 10 anos
nos Estados Unidos, e também pela expectativa do mercado com o impacto do
resultado da votação da segunda denúncia contra Michel Temer na Câmara dos
Deputados no caminho das discussões da reforma da Previdência.
“A votação do Temer está indicando que há evidentes limites para o
poder do Governo na Câmara. Soma-se a isso uma situação do real perdendo
força lá fora, a maioria das moedas está perdendo contra o dólar”, comentou
o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.
Segundo o analista da Rio Gestão, Bernard Gonin, a discussão que começa
a ser feita nos Estados Unidos é sobre quem será o próximo presidente do
Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). “Foi ventilado o nome
do John Taylor, que, se seguir o modelo que ele criou, indica taxas de juros
mais elevadas nos Estados Unidos, além disso, ele é completamente contra o
quantative easing, isso é uma quebra de paradigma do Fed”, disse.
Para o economista da Gradual Investimentos, a incerteza sobre quem será a
nova pessoa a presidir o Fed elevou a taxa de juros longas dos títulos do
governo dos Estados Unidos em 0,10 ponto base nos últimos dois dias, levando a
ficar próximo de 2,4%. “Essa alta é considerável e explica a força do
dólar lá fora”, disse Perfeito.
Amanhã, o dólar deve ser pressionado para cima novamente, uma vez que o
dia será marcado pela votação da denúncia contra Temer e pelo segundo dia de
reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). “Os dois resultados vão
sair só depois do fechamento do mercado, o que significa que o mercado ficará
seguindo boatos e especulação. Será um dia bastante tenso”, disse Perfeito.
As informações partem da Agência CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 22/11/2024 17:50