CÂMBIO: Dólar sobe com tensão política e Previdência

Porto Alegre, 12 de abril de 2019 – O dólar comercial opera em alta frente
ao real buscando o nível de R$ 3,89 na abertura dos negócios, mas oscila com
investidores locais cautelosos atentos ao cenário político e ao cronograma da
reforma da Previdência. Além de enfrentar resistência de partidos, notícias
envolvendo o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, com suspeita de
ter recebido propinas, traz incômodo ao mercado.

Às 9h55 (de Brasília), a moeda estrangeira operava em alta de 0,36% no
mercado à vista, negociada a R$ 3,8710 para venda, depois de oscilar na mínima
de R$ 3,8690 (+0,31%) e na máxima de R$ 3,8880 (+0,80%). O contrato futuro
para maio subia 0,33%, a R$ 3,8750. Lá fora, onde o dólar perde terreno para
as moedas pares e as principais de países emergentes, o Dollar Index tem queda
de 0,38%, acima dos 96,800 pontos.

Para a equipe econômica da H.Commcor, a expectativa para o mercado
doméstico tem situação “mais delicada”, com riscos políticos voltando a
“assombrar’ a agenda do ajuste fiscal. “À exemplo da resistência de
parlamentares e a disposição em atrasar a votação do parecer favorável à
admissibilidade na CCJC [Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania] na
próxima semana”, comentam os analistas.

Notícias envolvendo o nome de Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que teria recebido
R$ 1,4 milhão em propinas, deixa o mercado mais apreensivo temendo atrasos na
tramitação da reforma da Previdência. “A notícia de que a Procuradoria
Geral da República [PGR] pediu prorrogação de inquérito envolvendo Maia no
caso da Odebrecht e possíveis pagamentos de propinas promete descolar ativos
locais do cenário externo”, destacam.

O economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, acrescenta
que o ambiente interno segue “carrancudo” com a probabilidade de a CCJC dar
prioridade à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do orçamento impositivo
em detrimento da reforma da Previdência. “Previdência que poderá ser
prejudicada pelas denúncias contra Rodrigo Maia”, avalia. Com informações da
Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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