Porto Alegre, 26 de março de 2021 – O dólar comercial abriu a sessão com
sinal negativo, mas rapidamente inverteu para a alta, renovando máximas
sucessivas acima de R$ 5,70, refletindo o movimento de cautela que prevalece no
mercado doméstico após a aprovação da proposta orçamentária para 2021. Lá
fora, o rendimento das taxas de juros futuros dos títulos norte-americanos, as
treasuries, sobem e corroboram para a pressão da moeda.
Às 9h59 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em alta de 0,68%
no mercado à vista, cotada a R$ 5,7090, enquanto o contrato com vencimento em
abril subia 1,11%, a R$ 5,7110 em correção ao fechamento de ontem. Lá fora, o
Dollar Index oscilava praticamente estável (-0,02%), aos 92,826 pontos.
O Congresso aprovou ontem o Orçamento para este ano, mas com os gastos
vinculados ao salário mínimo com valor inferior ao atual, o que significa que
as despesas obrigatórias serão maiores do que as previstas e exigirão um
corte de gastos discricionários a ser proposto pelo Executivo e que deve ficar
em torno de R$ 18 bilhões. A proposta agora segue para sanção.
O relator-geral, senador Marcio Bittar, fez vários ajustes no projeto de
lei enviado pelo Poder Executivo e definiu como meta fiscal um déficit de R$
247,1 bilhões para o governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência).
Já as receitas foram estimadas em R$ 4,324 trilhões e o teto dos gastos ficou
em R$ 1,486 trilhão.
Para o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, o governo fica com
a tarefa de reduzir despesas discricionárias da ordem de R$ 20 bilhões, o que
em partes seria resolvido com a reforma administrativa. “Porém, segundo o
presidente da Câmara [dos Deputados, Arthur Lira] e o relator do projeto, não
deverá ocorrer mais neste mês”, comenta, acrescentando que a equipe
econômica foi “mais uma vez vencida” pelo grupo político.
“Agora, resta o cuidado de se evitar que o orçamento seja utilizado como
arma contra o governo, dadas as possíveis ‘pedaladas’ e contabilidades
criativas nele inseridas. É o Brasil sendo Brasil”, avalia Vieira. A equipe
econômica da XP diz que o orçamento aprovado é “controverso e irreal”.
Os economistas da corretora destacam que no texto final, parlamentares
cortaram despesas obrigatórias e aumentaram investimentos. “A manobra vai
obrigar o governo a bloquear mais de R$ 30,0 bilhões para recompor as despesas
obrigatórias, o que aumenta o risco de paralisação de serviços públicos no
segundo semestre”, explicam.
O diretor de uma corretora nacional reforça que o sentimento de cautela
prevalece no mercado local após um “show de emendas” na proposta
orçamentária, além de acompanhar a alta das treasuries na sessão, com o
vencimento de 10 anos (T-Note) em alta de 1,67%. Com informações da Agência
CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 15/08/2025
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R$ 1.665,00Casquinha de soja à vista tonelada
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Atualizado em: 14/08/2025 10:30