CÂMBIO: Dólar sobe forte, acima de R$ 4,15, com Datafolha e exterior

São Paulo, 11 de setembro de 2018 – O dólar abriu em alta acelerada em
relação ao real e volta a testar o nível de R$ 4,15, após os números da
pesquisa Datafolha frustrarem as expectativas dos investidores, de crescimento
do candidato Jair Bolsonaro, queda na taxa de rejeição dele e enfraquecimento
da esquerda. O ambiente externo mais hostil em meio à guerra comercial também
pesa nos negócios locais.

Às 9h45, o dólar à vista subia 1,61%, cotado a R$ 4,1600, não muito
distante da cotação máxima do dia, a R$ 4,1620. No exterior, o dólar ganha
de moedas fortes e de países emergentes, em meio ao recrudescimento da tensão
entre Estados Unidos e China, após Pequim ameaçar ir à Organização Mundial
do Comércio (OMC) para impor sanções contra Washington.

Segundo um operador sênior de derivativos, a abertura negativa do mercado
financeiro brasileiro reage ao mau humor externo e à nova pesquisa eleitoral.
“É um somatório de coisas, mas o Datafolha não fez bem ao mercado”, diz.
Para ele, os investidores estão desfazendo as apostas otimistas de que o ataque
a Bolsonaro durante ato de campanha na semana passada poderia beneficiar a
direita.

“Apesar do crescimento (dentro da margem de erro) do candidato Jair
Bolsonaro, que no momento é tido como ‘pró-mercado’, o seu índice de
rejeição também cresceu, de 39% para 43%, o que levanta questionamentos a
respeito de ele sair vitorioso em um provável segundo turno”, observa, em
relatório, o analista de câmbio da Correparti Corretora, Ricardo da Silva
Filho.

Além disso, hoje é dia do PT decidir sobre a candidatura da chapa que
disputará as eleições, após o ex-presidente Lula ser barrado pela Justiça
Eleitoral (TSE). Para um estrategista de mercado, “o anúncio oficial de Lula
somado à campanha do PT devem trazer forte apoio ao provável candidato,
Fernando Haddad, nos próximos dias”.

As informações são da agência CMA.

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