CÂMBIO: Incerteza no campo fiscal traz preocupação e dólar sobe

Porto Alegre, 18 de agosto de 2016 – O dólar comercial iniciou a sessão
em alta de 0,31%, cotado a R$ 3,2190 na venda, após o relatório do Federal
Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e perder valor ante seus pares no
exterior. Porém, aqui no Brasil a moeda norte-americana ganha força devido à
desconfiança do investidor na capacidade do governo de Michel Temer de
implementar uma reforma fiscal.

Ontem o governo de Temer quase sofreu uma dura derrota no Senado, com o
presidente da Casa, Renan Calheiros, suspendendo a votação da Desvinculação
de Receitas da União (DRU) até 2023, em um momento em que o governo não teria
votos suficientes para aprová-la.

“Era de se esperar que por aqui o real também ganhasse força ante o
dólar, como lá fora, mas o que vemos é que há uma preocupação muito grande
do investidor com a capacidade do governo de implementar um política fiscal
que o país precisa. Por pouco não sofreu uma derrota ontem e até agora não
aprovou nenhuma matéria difícil. Esta incerteza no campo fiscal que está
fazendo o dólar ganhar força hoje”, disse Newton Rosa, economista-chefe da
SulAmérica Investimentos.

A ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês)
indicou a menor probabilidade de elevar as taxas de juros neste ano, ao
contrário do esperado pelo mercado. O relatório disse que a instituição quer
aguardar uma melhor visualização das sequelas da saída do Reino Unido da
União Europeia. Isso fez a moeda americana perder força ante seus pares.

Para Octávio de Barros, diretor de pesquisas econômicas do Bradesco, a
tendência para o dia é que os mercados operem com menor cautela, depois da
divulgação da ata do Fomc e da fraca agenda de indicadores no Brasil hoje.

“O real sofrerá pressões distintas, tanto por acompanhar o mercado
externo quanto pelos leilões de swap reverso do Banco Central”, disse Barros.
As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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