CÂMBIO: Incertezas sobre eleição nos EUA e Fed fazem dólar cair

Porto Alegre, 3 de novembro de 2016 – O dólar abriu em alta ante o real,
mas logo passou a cair, com os investidores divididos entre a sinalização de
aperto monetário pelo Federal Reserve em dezembro e as incertezas em relação
às eleições presidenciais nos Estados Unidos em novembro. A possibilidade
crescente de vitória de Donald Trump provoca uma busca por proteção, ao mesmo
tempo em que esfria as chances de alta dos juros.

Às 9h30, o dólar comercial caía 0,33%, cotado a R$ 3,2300, e o dólar
futuro para dezembro recuava 0,21%, a R$ 3,2565. No exterior, o Dollar Index
tinha queda de 0,10%, com a moeda norte-americana perdendo terreno para as
moedas fortes e ligadas às commodities, diz a Correparti Corretora, em
relatório.

Um operador de derivativos explica que a perspectiva para o dia era de
queda do real, com a moeda brasileira seguindo o temor quanto à eleição nos
EUA, diante de uma disputa mais apertada no pleito da próxima terça-feira.
“Com a (candidata democrata) Hillary (Clinton) não podendo cantar vitória
antes da hora, o dólar deveria embutir as incertezas políticas”, diz.

Ele lembra que a reabertura das investigações pelo FBI sobre o uso de
emails de Hillary por um servidor não autorizado deu novo fôlego à campanha
de Trump. Contudo, os investidores estão cientes de que, se o candidato
republicano vencer, até o próximo passo na normalização dos juros pelo Fed
pode estar comprometido. “E essa leitura prevalece”, completa.

Segundo o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, a decisão de
juros, ontem, foi dentro das expectativas, pois o Banco Central dos EUA “não
poderia tomar grandes decisões neste momento”, tendo em vista o avanço de
Trump nas pesquisas eleitorais. De qualquer forma, o Fed “deixou claro que já
existem elementos suficientes para embasar uma alta na reunião de dezembro”.
As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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