CÂMBIO: Temor com política fiscal e Petrobras faz dólar subir mais de 1%

Porto Alegre, 30 de janeiro de 2015 – As dificuldades iniciais encontradas
pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para implantar os ajustes fiscais e o
corte no rating da Petrobras para a última nota antes do grau especulativo
elevam a desconfiança do investidor e justificam a valorização do dólar ante
o real superior a 1%.

“O mau humor do mercado deve-se ao quadro político interno, pois no
exterior a moeda cai em relação às principais moedas [à espera dos dados da
primeira leitura do PIB do quarto trimestre de 2014]. É clara a dificuldade do
governo de reverter o quadro de alta da inflação”, afirmou o economista-chefe
da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa.

A iminência no rebaixamento da nota de crédito da Petrobras para grau
especulativo após o corte de “Baa2” para “Baa3” anunciado ontem à noite,
com a manutenção da observação negativa, reforça a preocupação dos
agentes de mercado. Segundo Rosa, isso pode ser um sinal de que a nota do Brasil
também poderá sofrer alterações.

Outro fator no radar no mercado doméstico e que poderá influenciar no
comportamento da moeda norte-americana é a preparação para a disputa da PTax,
média das cotações do dólar apuradas pelo Banco Central (BC), que servirá
de referência para liquidação dos contratos de fevereiro.

Para o diretor de câmbio da Correparti Corretora, Jefferson Luiz Rugik,
também será importante acompanhar a divulgação da primeira leitura do
Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos referente ao quarto trimestre de
2014, cuja expectativa é de crescimento de 3,2%. No terceiro trimestre, houve
alta de 5% ante o período imediatamente anterior.

Às 9h55, o dólar comercial operava com alta de 1,53%, sendo negociado por
R$ 2,6520 para venda. No mercado futuro, os contratos futuros da divisa com
vencimento em fevereiro subiam 1,74%, cotados a R$ 2.651,500. Com informações
da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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