CÂMBIO:Dólar opera de lado após fechar na máxima histórica, acima de R$4,20

Porto Alegre, 19 de novembro de 2019 – O dólar comercial opera sem
direção único frente ao real após a moeda fechar na maior cotação nominal
da história, a R$ 4,2070 para venda no mercado à vista, digerindo rumores de
pessimismo quanto a um acordo preliminar entre Estados Unidos e China a respeito
da guerra comercial. A falta de liquidez no mercado doméstico em meio à dois
feriados locais corroboram para a moeda operar acima de R$ 4,20. Investidores
aguardam a participação do presidente do Banco Central (BC) no Senado.

Às 9h57 (de Brasília), a moeda norte-americana tinha leve queda de 0,07%
no mercado à vista, cotada a R$ 4,2040 para venda, enquanto o contrato para
dezembro operava em queda de 0,29%, a R$ 4,2065, depois de chegar à máxima
acima de R$ 4,22. Lá fora, o Dollar Index também operava estável (+0,02%),
acima dos 97,800 pontos.

A guerra comercial entre Estados Unidos e China segue alimentando as
incertezas do mercado quanto a um desfecho. “Ontem, a imprensa norte-americana
relatou que a alta cúpula chinesa está pessimista sobre o desenrolar de um
possível acordo preliminar após Donald Trump [presidente dos Estados Unidos]
sinalizar que não haverá reversão de tarifas já impostas”, comenta a equipe
econômica da H.Commcor.

Como “ingrediente” adicional ao dólar pressionado, o economista-chefe da
Infinity, Jason Vieira, acrescenta a “ausência” do BC tem causado parte da
instabilidade na moeda. “Para um mercado liberal, insistir na intervenção do
governo sempre parece um contrassenso”, diz.

O mercado doméstico aguarda as declarações do presidente do Banco
Central, Roberto Campos Neto, em uma audiência na Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE) do Senado, no qual participará daqui a pouco, às 10 horas.
Os analistas ressaltam que o evento será após a moeda superar a barreira
psicológica de R$ 4,20 – maior cotação nominal da história – e o BC não
anunciar “nenhuma medida de atuação” no câmbio.

“A desvalorização do real foi em linha com pares de moedas emergentes,
entretanto, fica a dúvida se o viés positivo pairando as emergentes
conseguirá contagiar a divisa brasileira ou se o mercado testará o Banco
Central”, ponderam. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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