CÂMBIO:Dólar opera em queda em ajuste, de olho no exterior e política

Porto Alegre, 28 de janeiro de 2019 – O dólar comercial opera em queda
frente ao real ajustando-se na volta do fim de semana prolongado, depois do
feriado na cidade São Paulo ter fechado a bolsa de valores na sexta-feira.
Além do ajuste, investidores reagem ao fim da paralisação parcial do governo
norte-americano, o shutdown, após 35 dias, e observam os ativos com cautela em
semana de decisão de política monetária nos Estados Unidos e à espera do
encontro entre norte-americanos e chineses. Aqui, o mercado acompanha a cirurgia
do presidente Jair Bolsonaro, hoje.

Às 10h04 (de Brasília), a moeda norte-americana caía 0,35%, cotada a R$
3,7680 para venda, depois de oscilar entre mínima de R$ 3,7590 (-0,59%) e
máxima de R$ 3,7850 (+0,09%). No mercado futuro, o contrato para fevereiro
tinha queda de 0,15%, a R$ 3,7665. Lá fora, o Dollar Index operava em leve alta
de 0,03%, aos 95,820 pontos.

A começa semana com a cirurgia do presidente Jair Bolsonaro para retirada
da bolsa de colostomia, hoje. Os analistas da H.Commcor avaliam que, a depender
da recuperação de Bolsonaro, investidores devem começar a “exigir”
sinalizações quanto a propostas da reforma da Previdência, “a fim de dosar
posicionamentos no mercado”. Nesta semana, deputados e senadores tomam posse na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal. A partir daí, a articulação para
a eleição dos presidentes no Congresso.

Ainda no mercado doméstico, investidores acompanham os desdobramentos da
tragédia em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), onde uma
barragem de rejeitos da mineradora Vale rompeu-se no início da tarde de
sexta-feira. Até o momento, o governo de Minas confirma a morte de 58 pessoas e
segundo a Vale, há 305 desaparecidos entre funcionários da companhia, de
empresas terceirizadas e moradores da região.

Lá fora, os mercados reagem ao fim, por ora, do shutdown nos Estados
Unidos, com perspectiva de uma nova paralisação do governo, ainda no impasse
quanto a construção do muro entre o país e o México. “Vale destacar que o
acordo feito na sexta-feira garante o funcionamento do governo norte-americano
por apenas três semanas”, comenta a equipe econômica do Bradesco.

Ainda sobre os Estados Unidos, na quarta-feira, tem a decisão de política
monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o que
deve evitar excessos na busca por risco até a divulgação, reforça a equipe
econômica da H.Commcor. Na mesma data, a expectativa fica para o possível
encontro entre representantes do governo norte-americano e da China para
tratativas quanto a guerra comercial entre os países, o que deixa investidores
na expectativa.

No radar do mercado está também mais um capítulo envolvendo o acordo de
saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit. “Amanhã, a
primeira-ministra britânica, Theresa May, levará nova proposta de saída do
bloco europeu ao parlamento para votação. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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