CÂMBIO:Dólar oscila, mas recua após leilão do BC atento ao exterior e local

Porto Alegre, 10 de março de 2021 – O dólar comercial oscilou forte na
primeira hora de negócios e agora, opera em queda frente ao real após o Banco
Central (BC) realizar o leilão de até 20 mil contratos de swap cambial
tradicional – equivalente à venda de dólar no mercado futuro – para conter o
avanço da moeda que estava acima de R$ 5,80 antes da operação. Foram
colocados no mercado US$ 1,0 bilhão. Aqui, investidores aguardam a aprovação
da PEC Emergencial em segundo turno na Câmara dos Deputados e o discurso do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim da manhã. Lá fora, os mercados
aguardam os dados de inflação dos Estados Unidos.

Às 10h12 (de Brasília), a moeda norte-americana operava com leve queda de
0,05% no mercado à vista, cotada a R$ 5,7890 para venda, enquanto o contrato
futuro com vencimento em abril tinha queda de 0,24%, a R$ 5,7920. Lá fora, o
Dollar Index subia 0,16%, aos 92,100 pontos.

A equipe econômica da corretora Commcor reforça que o mercado doméstico
aguarda a aprovação da PEC Emergencial, sem a “desidratação” que o
presidente Jair Bolsonaro tentou implementar e com uma proteção fiscal
cabível. “Após aprovação e pagamento, o governo terá liberdade para
ajustes fiscais para compensar o gasto no presente momento”, comenta.

Os analistas acrescentam que, mesmo que investidores tenham um bom motivo
para a tomada de risco, os negócios locais são impactados e exigem cautela
adicional em meio ao risco político e à situação sanitária
“gravíssima” com avanço dos casos de contaminação no país.

Em meio à forte desvalorização do real em relação ao dólar nos
últimos dias, no qual ontem fechou no maior valor desde maio do ano passado, o
economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, avalia que chegou ao ponto em
que “não existe fluxo suficiente de entrada para justificar uma valorização
do real” e, ao perder uma intensa desvalorização da divisa norte-americana de
março a dezembro do ano passado, o país também perdeu a “janela” de
oportunidade.

“Dadas as características da economia brasileira, fechada e ainda assim,
extremamente dependente de produtos importados ou cotados em dólares, o efeito
de conforto gerado por um ‘dólar mais baixo’ é reflexo de seus efeitos na
inflação”, destaca. Falando em inflação, hoje sai o resultado dos preços
ao consumidor nos Estados Unidos em fevereiro e o dado deve chamar a atenção
do mercado em meio à discussão sobre “reflação” no país. Com
informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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