Uma campanha institucional para reforçar ações preventivas contra a entrada da Peste Suína Africana (PSA) no Brasil está sendo ampliada hoje, nas redes sociais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A iniciativa pretende alertar principalmente a sociedade, em especial, os passageiros de voos provenientes de países onde a doença está presente, com destaque para a República Dominicana, onde ocorreu o diagnóstico da doença no final de julho. A campanha de conscientização intitulada “Peste Suína Africana, aqui não!” chega às plataformas digitais do Mapa com conteúdos de orientação sobre as formas mais comuns de ingresso da PSA no Brasil e como diminuir essas ameaças.
A transmissão, sinais clínicos da doença, qualidade da carne suína brasileira e até o impacto financeiro da PSA na sociedade e na economia brasileira são temas presentes nesses conteúdos ou cards, elaborados para as plataformas digitais do Mapa. “Nosso objetivo com essa campanha é alertar e, ao mesmo tempo, tranquilizar a sociedade, enfatizando que a doença não afeta seres humanos, mas lembrando que somos nós os responsáveis pela disseminação desse vírus, no momento em que ignoramos medidas sanitárias ao ingressar no Brasil com produtos de origem suína não autorizados”, destaca Geraldo Moraes, diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa. Ele também adianta que a campanha será estendida a outros formatos para reforçar essa ação, com foco na sociedade, que é o público-alvo.
A campanha está sendo realizada com a parceria do Anffa Sindical, Sindicato que representa os auditores fiscais federais agropecuários (affas), envolvidos diretamente na força-tarefa que já existe hoje, nos principais aeroportos brasileiros, para evitar a entrada da PSA. “Os Auditores Agropecuários estão empenhados em unir esforços para manter o status sanitário do país livre de PSA. E a campanha chega para conscientizar a população sobre a importância social e econômica da doença e do papel de cada um em evitar que o vírus chegue ao nosso país”, destaca Janus Pablo, presidente do Anffa Sindical.
Outro parceiro do Mapa, na campanha, a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), destaca que a PSA é uma enfermidade animal global, com estragos econômicos e sociais severos nos locais onde houve focos. “Embora não haja risco para humanos,
a doença causa perdas aos produtores e impactos na oferta de alimentos para a população. A PSA é um problema para todos, exatamente por isto, a união dos esforços do setor público e da iniciativa privada na prevenção é fundamental, em uma ação que ultrapasse os cercados da cadeia produtiva”, alerta Ricardo Santin, presidente da ABPA.
A campanha é mais um reforço ao Plano Integrado de Vigilância do Mapa, para Doenças dos Suínos que visa fortalecer a capacidade de detecção precoce de casos de Peste Suína Clássica (PSC), Peste Suína Africana (PSA) e a Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS). E também à força-tarefa que aumentou número de auditores fiscais federais agropecuários (affas) e servidores da Receita Federal e da Polícia Federal nos principais aeroportos do país.
A doença viral está erradicada no Brasil desde a década de 1980 e não oferece riscos aos humanos, mas é fatal para os suínos. Estimativas da Embrapa, a partir de estudos realizados nos EUA, apontam que a presença da PSA no Brasil causaria um prejuízo estimado em 5,5 bilhões de dólares, apenas no primeiro ano.
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Atualizado em: 07/11/2024 17:50