Porto Alegre, 05 de outubro de 2021 – O Instituto Agronômico (IAC)
apresentou três novas variedades de cana-de-açúcar ao setor sucroenergético
brasileiro na última sexta-feira (01), em Ribeirão Preto, no Centro de Cana do
IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, durante evento
com o vice-governador Rodrigo Garcia e o secretário de Agricultura Itamar
Borges.
São três ótimas opções de cultivo com características de alta
produtividade, modernidade e adaptação ao plantio e colheita mecanizados. Na
cerimônia foi feita uma entrega simbólica das novas variedades que estão
chegando para os canavieiros.
“As três novas variedades vêm compor o arsenal biológico que contribuirá
para a verticalização da produtividade dos canaviais paulistas e
brasileiros”, diz o líder do Programa Cana IAC e diretor-geral do Instituto
Agronômico, Marcos Guimarães de Andrade Landell.
O pacote tecnológico que caracteriza as três novas variedades envolve
elevada produtividade e resistência às principais doenças da cultura, porte
ereto, com indicação para diversos ambientes e ótimos desempenhos em
diferentes regiões brasileiras. As três trazem a possibilidade de plantios nas
regiões de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Bahia e Tocantins.
Cada uma carrega características que as adaptam às diversas condições de
ambiência, apresentando resultados que dependem de sua instalação de acordo
com os nichos previstos no desenvolvimento feito pelo do Programa Cana IAC.
A IACSP04-6007 é uma ótima alternativa para o setor sucroenergético,
tanto para usinas como para canavieiros. É muito versátil por apresentar
excelente adaptação à região Sul e Centro Paulista até o Norte do Paraná e
o Mato Grosso do Sul. Tem produtividade 13% superior à variedade mais plantada
no Brasil atualmente. Esse acréscimo representa 10 toneladas a mais de cana
por hectare. “Esses ganhos são ainda maiores nos nichos regionais para onde
ela é indicada”, afirma Landell.
O pesquisador ressalta que essas novas variedades comerciais foram
desenvolvidas dentro da estratégia de alto potencial para nichos regionais. A
composição do canavial deve ser diversificada, isto é, devem ser usadas cerca
de dez diferentes variedades para seguir a recomendação de cada material
representar, no máximo, 15% da área total. “A complexidade é o que leva à
produtividade de 120 toneladas, por hectare, na média dos cinco cortes,
otimizando os nichos regionais e usando as variedades mais adaptadas a cada
localidade”, complementa.
O Programa Cana IAC adota a estratégia de identificar todas as variedades
desenvolvidas com seus perfis regionais para que o produtor não erre ao
escolher determinada variedade para a sua região. O objetivo é disponibilizar
as orientações como se fosse uma “bula”, que traz todas as características
dos materiais biológicos e seus respectivos desempenhos de acordo com o
ambiente onde são plantados.
A IACSP04-6007, assim como a IACCTC05-9561 e a IACCTC05-2562, reúne
excelentes características agroindustriais. Com porte ereto, as três novas
variedades contribuem para o melhor desempenho das máquinas no plantio e
colheita mecanizados.
A IACSP04-6007 e a IACCTC05-9561 têm alta velocidade de crescimento
inicial, característica que faz suas folhas fecharem mais rapidamente, causando
sombras que evitam o surgimento de plantas daninhas. “Essa característica de
fechar bem resulta numa espécie de guarda-chuva foliar, que protege a planta ao
combater as ervas daninhas”, explica. O benefício alcançado é a redução
do uso de herbicidas. O crescimento veloz também permite seu plantio mais
tardio.
A IACSP04-6007 foi originalmente selecionada na região Sudoeste do Estado
de São Paulo, onde há menor déficit hídrico. Já apresenta áreas
expressivas de cultivo nos Estados do Mato Grosso do Sul e Paraná, além de
estar também na própria região de origem, no município de Assis, interior
paulista. Atualmente, tem despertado muito interesse e vem ganhando espaço nas
regiões Norte e Oeste do Estado, além do Triângulo Mineiro.
“Apesar de oriunda de região de clima mais ameno, quando em região mais
quente, também tem se destacado inclusive em Goiás e Oeste paulista, desde que
em solos com melhor capacidade de armazenamento de água”, explica Landell. A
IACSP04-6007 tem ótima maturação desde o início de safra, em abril, até o
final, em setembro.
IACCTC05-9561
Desenvolvida no Oeste baiano, região muito peculiar e com aspectos
produtivos limitantes, a IACCTC05-9561 tem se destacado em condições muito
desafiadoras: o Cerrado brasileiro. É muita adaptada ao Norte de Goiás, onde
está sendo plantada na usina Jalles Machado. Indicada para ambientes médios a
favoráveis, sua adoção também vem crescendo em São Paulo e Paraná.
“Dentre as inúmeras características positivas da IACCTC05-9561,
destaca-se a ótima adaptação à mecanização e uma excelente opção nos
manejos avançados de canavicultura; além disso, a uniformidade biométrica e o
rápido crescimento proporcionam a ela excelentes produtividades ao longo dos
cortes”, comenta Landell.
IACCTC05-2562
A IACCTC05-2562 tem crescimento inicial mais lento, portanto, tem menor
volume de folhas. Isso é positivo porque, no período da seca, quanto mais
folhas tiver a planta, maior será a perda hídrica pela massa foliar. “A cana
com fitomassa não muito grande fica mais protegida do déficit hídrico, por
não perder tanta água pela evapotranspiração”, esclarece o cientista do
IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).
Desenvolvida na região de Ribeirão Preto, a IACCTC05-2562 é originária
da variedade CTC4, uma das mais plantadas, com o diferencial de ter boa
resistência à ferrugem, além do bom desempenho do Paraná até Tocantins. Em
bons ambientes e ela tem alto desempenho. “É uma variedade que nasce muito
bem, fecha muito bem as entrelinhas e colhe muito bem”, resume Landell.
Por que é importante o porte ereto da cana?
As máquinas de plantio e colheita de cana funcionam melhor com canas de
porte ereto. Na colheita mecanizada, as folhas são descartadas e deixadas no
solo, conservando-o de processos erosivos e livrando-o de perdas hídricas.
Além disso a cana ereta ajuda a reduzir a impureza mineral, que resulta do
contato da cana com o solo, no momento da colheita. “Quando a cana tomba e
encosta no chão, as impurezas vão para dentro da indústria, reduzindo a
qualidade da cana”, explica Landell.
Outro fator que contribui para o funcionamento das máquinas é a
uniformidade biométrica da cana, isto é, a planta ter a mesma altura e o
diâmetro de colmos “Os equipamentos de plantio e colheita funcionam melhores
quanto maior a uniformidade do material biológico”, atesta.
As informações partem da assessoria de imprensa do IAC.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 13/05/2025 09:50