CANA: Produtores da Tailândia enfrentam falta de dinheiro no início da safra 2022/23

Porto Alegre, 4 de outubro de 2022 – A Tailândia é o terceiro maior exportador de açúcar do
mundo e um importante fornecedor de açúcar para o Leste Asiático. A colheita da cana da safra
2022/23 está a apenas algumas semanas de começar. A trading Czarnikow, em relatório de mercado,
apontou que a Tailândia deverá colher e processar pouco mais de 100 milhões de toneladas neste
ciclo. Isso é significativamente maior do que o que foi processado há dois anos, mas também
abaixo do que os agricultores alcançaram há uma década. Pior ainda, os produtores de cana
tailandeses têm vários problemas para lidar antes de começarem a colher, salientou a trading.

Chuva pesada

A precipitação na Tailândia esteve acima do normal durante grande parte de 2022. Isso será
bom para o desenvolvimento da cana e, portanto, os rendimentos agrícolas deste ano devem ser bons.

Precipitação mensal na Tailândia

No entanto, agora há uma corrida contra o tempo para que o solo seque para que as máquinas de
colheita de cana possam entrar nos campos.

Pagamentos de cana

Os agricultores são fortemente desencorajados a queimar os campos de cana antes da colheita na
Tailândia. A queima remove a matéria verde dos caules da cana antes da colheita e também limpa os
campos de qualquer vida selvagem perigosa. Mas também leva à má qualidade do ar. O governo,
portanto, oferece aos agricultores um prêmio pela cana recém-cortada (não queimada cana fresca)
e entregue às usinas. Nesta temporada, o governo pretende que 95% da cana seja cortada na hora.

Normalmente, os agricultores recebem o pagamento entre junho e agosto de cada ano. Eles podem
então usar esse dinheiro para melhorar suas colheitas, talvez comprando fertilizantes adicionais ou
para preparar a terra para a estação de plantio de outubro.

Infelizmente, este ano o pagamento foi adiado e pode acontecer apenas por volta de novembro de
2022. Isso pode significar que os agricultores trocam a cana pela mandioca em safras futuras.

Além disso, o Brasil continua pressionando a Tailândia para remover os subsídios pagos aos
produtores de cana, incluindo o pagamento complementar de cana fresca. O governo estaria
considerando interromper o pagamento da cana fresca mais cedo do que o planejado. Este ano pode ser
o último ano em que é pago. Mais uma vez, isso corre o risco de empurrar os agricultores para o
cultivo de mais mandioca e menos cana.

As informações partem da Czarnikow.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS

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