Porto Alegre, 7 de outubro de 2015 – A Associação Brasileira dos
Criadores de Zebu alerta os pecuaristas de todo o país para vacinarem 100% dos
seus rebanhos na campanha oficial de vacinação contra a febre aftosa,
programada para o mês de novembro.
“A imagem da pecuária brasileira nunca esteve tão positiva no cenário
internacional. Reabrimos o mercado chinês e abrimos o mercado norte-americano,
o maior do mundo. Não podemos correr o risco de ter um caso de aftosa por
descuido, desinformação ou procedimentos indevidos no momento da
vacinação”, ressalta Luiz Claudio Paranhos, presidente da ABCZ. “Acima de
tudo, o custo de uma dose de vacina é muito baixo em relação ao benefício
que ela proporciona”, complementa Paranhos.
O alerta do presidente da ABCZ também envolve a qualidade da vacina e o
preparo dos funcionários das fazendas na hora da aplicação.
“A reação vacinal é uma questão séria e merece profunda reflexão de
toda a cadeia da carne bovina. Também considero clara a responsabilidade da
indústria de saúde animal em relação à qualidade das vacinas
comercializadas. E os pecuaristas precisam ficar atentos a isso na hora de se
preparar para a imunização contra a febre aftosa, orientando corretamente os
funcionários da fazenda. Além disso, os laboratórios também precisam estar
comprometidos com o treinamento de boas práticas nas fazendas”.
A afirmação de Paranhos está respaldada por estudos recentes que
constataram um imenso prejuízo para a cadeia da carne bovina com as reações
vacinais ou medicamentosas em bovinos.
Em momentos distintos, profissionais de instituições de ensino de
Botucatu (Unesp) e Ourinhos (FIO) e da Unesp em parceria com a Acrimat
concluíram praticamente o mesmo: os abcessos causados por problemas ligados à
qualidade das vacinas e ao método de aplicação – especialmente contra a
febre aftosa – pesam, e muito, no bolso dos produtores e da indústria
frigorífica.
O trabalho dos pesquisadores da Unesp e da FIO concluiu que nada menos do
que 500 mil toneladas de carne podem deixar de ser comercializadas por ano
devido à “depreciação de cortes na desossa decorrentes da retirada de
lesões vacinais ou medicamentosas”. O trabalho foi realizado com 376
carcaças do centro-oeste paulista, das quais 308 (81,91%) apresentaram lesões,
com perda média de 0,38kg por carcaça.
Outro trabalho recente, realizado pela Associação dos Criadores de Mato
Grosso (Acrimat) e a Unesp de Botucatu, foi ainda mais contundente nas
conclusões sobre as perdas de reações vacinais nos bovinos. “O resultado da
reação vacinal alcançou o valor máximo de 6,5 kg por animal, considerando
1,65% de lesões em relação ao peso vivo e pré-jejum”, concluiu o estudo.
Em valores da época (2013), foram identificadas perdas de até R$ 50,00 por
animal devido às reações vacinais – a arroba do boi gordo estava em R$
115,00 naquele momento. Extrapolando para o atual patamar da cotação da
arroba, os prejuízos com o uso de vacinas de má qualidade ou procedimentos
inadequados no momento da aplicação podem superar R$ 60,00 por animal.
“Não podemos admitir que o maior exportador mundial de carne bovina e um
dos maiores produtores ainda tenha esse tipo de problema causado pela qualidade
da vacina, conservação ou manuseio. Está aí um desafio a ser superado o
mais rápido possível com a participação de todos os envolvidos. Afinal, o
interesse é comum. Enquanto isso, os pecuaristas e a indústria estão pagando
essa conta”, ressalta Luiz Claudio Paranhos. As informações partem da
assessoria de imprensa da ABCZ.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 26/06/2025 13:30