Porto Alegre, 22 de junho de 2022 – No período de entressafra do boi
gordo, entre junho e novembro, há uma piora na qualidade das pastagens, levando
os pecuaristas a aumentarem a oferta de animais no mercado. Com isso, costuma
ocorrer uma queda nas cotações da arroba do boi, o que geralmente se reflete
numa baixa do preço da carne para o consumidor em geral. Contudo, neste ano,
vários fatores vêm influenciando no mercado do boi e os preços do produto
seguem firmes.
O coordenador estadual de Bovinocultura da Emater-MG, Nauto Martins, diz
que apesar da má qualidade das pastagens nesta época, o mercado do boi gordo
continua estável. “Tem animais disponíveis para venda, mas os custos de
produção subiram muito e as exportações continuam sólidas, por isso o
preço da carne não tem cedido”, explica Nauto.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério
da Economia, as vendas externas de carne bovina in natura somaram 153,19 mil
toneladas em maio, uma ligeira queda de 2,74% frente ao mês anterior, mas uma
forte elevação em relação a maio de 2021, 20,83%. Outro fator importante é
que o preço pago pela carne brasileira atingiu o recorde da série histórica
da Secex, se aproximando de US$ 7 mil por tonelada. Com a subida do dólar, o
valor pago pela proteína também foi o máximo da série histórica, atingindo
R$ 34,3 mil/tonelada.
Em Minas Gerais, no período de janeiro a abril de 2022, as exportações
de carnes chegaram a US$ 492 milhões, com a venda de 130 mil toneladas. O
segmento de bovinos apresentou incremento de 66% na receita e de 30% no volume.
Já o de aves registrou 41% na receita e 15% nos embarques. “Por causa da
covid, os chineses estão sendo rigorosos na fiscalização, inclusive
descredenciando algumas plantas de frigoríficos. Mas as exportações continuam
firmes, não só para a China como para outros países”, salienta Nauto. Ao
contrário das exportações, a demanda doméstica de carne bovina segue
enfraquecida, devido aos fatores macroeconômicos e aos valores mais atrativos
das carnes concorrentes.
No dia 15 de junho, a cotação da arroba do boi teve um preço médio de
R$ 298,75 no Triângulo Mineiro e de R$ 291,00 na região Central de Minas,
segundo a Unidade de Planejamento e Estratégia Corporativa, da Emater-MG. O
coordenador da Emater-MG comenta que outro fator que tem fortalecido as
cotações é a alta dos custos de produção. “O preço dos fertilizantes
usados na adubação de pastagens subiu muito, assim como os combustíveis. E,
no último ano, os valores do milho e da soja, que são utilizados na
alimentação de bovinos, principalmente em confinamentos, tiveram uma forte
valorização”, explica.
O coordenador de Bovinocultura da Emater-MG lembra que, onde houve uma
redução nas despesas do pecuarista, foi no custo de reposição dos animais.
“O preço do bezerro está caindo. Em seis meses, foi de R$ 2.900,00 para R$
2.465,00 (nelore, de 8 a 12 meses). Era uma queda de certa forma esperada, pois
houve uma grande valorização no ano passado e agora o mercado está se
normalizando”, justifica Nauto. Segundo o Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), o preço do bezerro caiu 25,2% no Brasil em
um ano.
As informações são da Assessoria de Comunicação da Emater-MG.
Revisão: Pedro Diniz (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 20/06/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,43Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.750,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.300,00Milho Saca
R$ 66,25Preço base - Integração
Atualizado em: 17/06/2025 09:45