Porto Alegre, 28 de outubro de 2016 – O Brasil está entre os principais
players de carne do mundo, como um dos maiores produtores e um grande potencial
consumidor. A observação sobre a competitividade de nossa pecuária bovina de
corte foi confirmada em mais uma rodada de comparações internacionais entre os
países participantes do “agri benchmark”.
A análise foi apresentada pela engenheira agrônoma e pesquisadora do
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo
(Cepea/ USP), Gabriela Garcia, palestrante do 2 Seminário Nacional do Projeto
Campo Futuro, que ocorreu durante toda quarta-feira (26), na sede da
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.
Segundo a pesquisadora, o Brasil ganha em competitividade em relação aos
outros players, pois fica menos vulnerável às crises internacionais do que os
outros países, fator que é extremamente vantajoso para nosso país. “Assim,
a pecuária brasileira acaba sendo mais competitiva e, portanto, mais
rentável”, frisou.
Outro palestrante do seminário, Rildo Esperancini, também pesquisador do
Cepea, mostrou os resultados do levantamento de custo realizado na pecuária de
corte pelo projeto Campo Futuro este ano, em 27 municípios brasileiros,
localizados nos estados da Bahia, Goiás, Pará e Minas Gerais.
De acordo com Esperancini, do total de municípios pesquisados, 83%
apresenta propriedade modal especializada em cria ou recria e/ou engorda de
bovinos. Segundo o pesquisador isto demostra a redução nos últimos anos do
sistema de ciclo completo (em que os animais são criados, recriados e
engordados na mesma área) e indica a maior comercialização de animais entre
produtores.
O pesquisador do Cepea e analista de mercado Wagner Hiroshi falou sobre a
pecuária leiteira, cadeia que também faz parte do levantamento de custos do
projeto Campo Futuro, que foi realizado em 15 municípios nos estados de
Rondônia, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Pernambuco e Sergipe.
Segundo Hiroshi, os levantamentos comprovaram que a relação de índices
técnicos eficientes influencia de forma positiva o desempenho econômico das
propriedades, onde maiores investimentos são compensados com melhor retorno
financeiro através da diluição dos custos fixos. Dentre os índices
técnicos, o de maior importância está em assegurar um manejo de alimentação
mais eficiente, tanto na formação de pastagem quanto na produção e uso da
silagem. Outro fator que impacta é o gasto com mão de obra.
Para o pesquisador, ainda hoje ocorrem fatores que prejudicam os
produtores, como a prefixação do preço do leite pela indústria. O produtor
não tem como controlar sua receita, o que o obriga a operar unicamente com a
redução dos custos de produção. Assim, não pode melhorar sua eficiência e
rentabilidade. “É o olhar exclusivo para dentro da porteira”, lamenta.
Segundo Hiroshi, isto não ocorre só na pecuária de leite. A pecuária de
corte padece do mesmo problema, tornando o controle de custo ainda mais
difícil. “Você não consegue fazer diagnóstico se não controlar os
custos. Neste sentido, o projeto Campo Futuro é importante como fórum capaz de
buscar alternativas de metodologias indicadas para garantir e melhorar esse
controle”, observou.
Para ele, é imprescindível que o produtor se sinta estimulado
continuamente a buscar melhorias no sistema produtivo, de forma a garantir maior
rentabilidade no negócio. “A disseminação da informação é fundamental
para que esse processo evolutivo, com garantia de lucro, ultrapasse as
limitações impostas ao setor, pelos problemas de clima e custo dos insumos”,
finalizou o analista de mercado. Com informações da assessoria de imprensa da
CNA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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