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CARNE BOVINA: Doenças infecciosas reduzem índices de reprodução, diz Famato

2 de fevereiro de 2016
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Porto Alegre, 2 de fevereiro de 2016 – A bovinocultura é considerada um
dos principais destaques do agronegócio brasileiro e é responsável por
segmentos importantes e lucrativos, como a cadeia produtiva da carne. Mato
Grosso tem hoje o maior rebanho da história do Estado com mais de 29 milhões
cabeças de gado. Porém, grandes perdas financeiras ainda ocorrem por falhas
reprodutivas, tornando-se necessário o conhecimento das principais causas e as
medidas que podem ser tomadas para evita-las.

Com o novo Certificado Zoossanitário Internacional (CZI) para exportação
de bovinos para reprodução do Brasil para a Bolívia, a Federação da
Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) busca orientar os produtores
rurais do Estado sobre a importância dos cuidados com as doenças infecciosas
que interferem na reprodução de bovinos e provocam perdas econômicas.

As doenças infecciosas que afetam a reprodução de bovinos com maior
frequência são: brucelose, leptospirose, campilobacteriose genital bovina,
tricomonose, rinotraqueíte infecciosas bovina (IBR) e a diarreia viral bovina
(BVD). As principais manifestações das doenças são: aborto, repetição de
cio, morte embrionária e nascimento de bezerros fracos e teratogenia (má
formação).

O médico veterinário e analista de pecuária da Famato Marcos Carvalho
alerta para os cuidados com a vacinação e manejo das fêmeas, de maneira
adequada para que estejam em boas condições na fase de reprodução. “Com
manejo sanitário adequado e avaliações periódicas do rebanho com
profissional especializado para realização de diagnósticos de gestação e
vacinação ideal para cada situação, principalmente antes da época de monta
dos animais, é possível reduzir e até impedir contaminações dos bovinos”.

Uma das exigências técnicas-operacionais para exportação de bovinos
vivos do Brasil para a Bolívia são os exames dos animais para doenças
reprodutivas. Sendo assim, a Famato aponta as principais consequências de cada
doença infecciosa e as maneiras de preveni-las.

A brucelose atinge bovinos de todas as idades e de ambos os sexos,
principalmente os sexualmente maduros. Ela causa abortos, retenções da
placenta, metrites, subfertilidade e infertilidade e nascimento de animais
fracos. A vacinação com vacina B19, em fêmeas entre três a oito meses,
geralmente é eficiente para prevenir o aborto, além de aumentar a resistência
à infecção, mas não imuniza totalmente o rebanho nem possui efeito
curativo. Por isso é importante fazer o exame em todas as vacas para
identificar e eliminar as soros positivas. Essa é a última etapa para
conseguir ter uma propriedade livre de brucelose.

A diarréia viral bovina (BVD) está amplamente difundida nos rebanhos de
leite e corte. A infecção pelo BVD tem sido associada a uma ampla variedade de
manifestações, que incluem desde infecções sem manifestação aparente até
enfermidades altamente fatais, como a Doença das Mucosas (DM). Doença
respiratória, gastroentérica, trombocitopenia e hemorragias, e quadros
crônicos de imunossupressão estão entre as manifestações clínicas da
infecção.

A infecção de fêmeas gestantes pode resultar em perdas embrionárias e
fetais, como reabsorção embrionária, abortos, mumificações, malformações
congênitas, natimortalidade e o nascimento de bezerros fracos. A infecção
fetal entre 90 e 120 dias de gestação pode resultar na produção de animal
permanentemente infectado, reservatório de doença, contaminando os outros
animais susceptíveis do rebanho. O diagnóstico da infecção pode ser
realizado em exames sorológicos.

O controle de BVD é mais efetivo com o uso da vacinação contendo o
vírus inativo, também deve ser considerado o histórico clínico, virológico
e o risco de introdução do agente no rebanho.

A rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) é transmitida pelo herpesvírus-1
que provoca um quadro de traquíte, conjuntivite, febre, vulvovaginite
pustular, aborto e balanopostite. A transmissão da doença ocorre facilmente
devido a grandes quantidades de vírus que são eliminadas com as secreções
respiratórias, oculares e genitais dos animais infectados. Não há tratamento
disponível, pois se tratar de uma infecção viral.

O melhor controle é a vacinação das novilhas e fêmeas adultas, o que
deve acontecer no início da estação reprodutiva. Cuidados especiais com
alimentação de boa qualidade, suplementos minerais e vitaminas melhoram a
imunidade dos animais.

A leptospirose é outra bactéria que afeta a reprodução de bovinos e
causa perdas por abortos, além de infecções disseminadas pelo organismo. O
tratamento com diidroestreptomicina impede que a doença se propague pelo
organismo do bovino. A vacinação preventiva deve iniciar em todas as novilhas
jovens, seguidas de vacinações semestrais, sendo uma antes da estação de
monta e outra depois.

A tricomonose é uma infecção causada por protozoários, sexualmente
transmitida, afeta as fêmeas em idade reprodutiva e nos machos não apresenta
nenhuma manifestação clínica. Causa morte embrionária, aborto, endometrite,
piometra ou feto macerado. Entretanto, por ser uma doença venérea, ou seja,
sexualmente transmissível, o tratamento mais eficaz é o uso da inseminação
artificial com o sêmen de reprodutores isentos da enfermidade.

A campilobacteriose também é uma doença venérea, que não causa nenhum
mal aos touros, mas gera inflamações no trato genital das vacas, podendo levar
à infertilidade. Em casos especiais, os bovinos podem ser tratados com
estreptomicina. A principal medida é o uso de inseminação artificial como
tratamento de eleição, já que na monta natural o touro contaminado propaga a
doença.

Carvalho também chama a atenção para o período de estação de monta,
em que os cuidados são redobrados, sendo assim é possível prevenir as
doenças. “O estabelecimento de um manejo com estação de monta pode
contribuir para o controle de tricomonose e campilobacteriose, pois facilita o
descanso sexual das fêmeas. Este descanso sexual permite às vacas desenvolver
uma boa imunidade contra as doenças”, explica.

Em caso de dúvidas ou informações mais detalhadas sobre o Certificado
Zoossanitário Internacional (CZI) e as doenças infecciosas que interferem na
reprodução de bovinos, entrar em contato com o analista de pecuária da Famato
Marcos Carvalho pelo telefone (65) 3928- 4467 ou e-mail pecuaria@famato.org.br.
Com informações da assessoria de imprensa da Famato.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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