Porto Alegre, 26 de setembro de 2022 – Com o mercado ofertado de animais prontos para o abate,
os preços da carne bovina estão pressionados para baixo, mas a demanda continua contida pelo
aperto monetário no Brasil e no mundo para controlar a inflação, com isso os consumidores optam
por outras proteínas de menor custo de produção. As informações constam na edição de setembro
do boletim AgroConab, estudo divulgado nesta sexta-feira (23) pela Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), que traz informações sobre preços internos e externos, quadro de oferta e
demanda e perspectivas de curto e médio prazo das principais culturas de grãos e do mercado de
carnes.
De acordo com a publicação, o cenário da carne bovina tende a se manter no curto prazo. Os
preços médios do boi gordo recuaram 3,7% em agosto/2022, comparativamente ao mês anterior,
chegando a R$ 19,86/kg correspondente a pouco menos de R$ 300/arroba no produtor de São Paulo.Já
as exportações aumentaram 18,8% no mesmo período. No acumulado de janeiro a agosto, o volume
exportado de carne bovina superou em 15,4% em relação ao ano anterior. De todo o volume exportado,
somente no mês de agosto, mais de 50% tiveram como destino a China, que após ter um forte ajuste
na oferta de suínos voltou a aquecer a demanda por carne bovina. “A forte demanda chinesa favorece
o setor pecuário brasileiro na atual conjuntura”, explica o superintendente de Estudos de Mercado e
Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira. “Esse movimento reflete a escassez no mercado mundial,
bem como a alta competitividade do produto brasileiro. Entretanto, com a gradativa recuperação da
produção interna daquele país, a tendência é que a médio prazo a demanda externa pela carne
brasileira reduza”.
Com relação à disponibilidade da carne bovina no Brasil, embora o consumo interno apresente
ainda um cenário restritivo, as primeiras estimativas apontam para leve recuperação de 2,9% na
produção em 2023. O aumento das exportações tem mitigado os efeitos do baixo consumo interno,
que segue restrito pelos preços elevados e opções de proteínas de qualidade com preços menores,
especialmente carne suína. No entanto, em 2023, os estudos indicam uma possível recuperação dos
níveis de consumo.
Para a carne de frango, segue o cenário de demanda acentuada, em virtude dos preços ainda
altos da concorrente bovina. Em curto prazo, a perspectiva é de estabilidade de preços, com a boa
demanda interna e exportações aquecidas. Já para a carne suína, embora agosto tenha registrado
boa recuperação das exportações para a China, a tendência é de desaceleração gradativa da
demanda externa, lembrando que o setor produtivo deve manter o alerta para ajuste de oferta. Com
informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 20/06/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,43Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.750,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.300,00Milho Saca
R$ 66,25Preço base - Integração
Atualizado em: 17/06/2025 09:45