Porto Alegre, 30 de dezembro de 2014 – Mesmo com achados priônicos em Mato
Grosso e Paraná, o Brasil registrou recorde nas exportações de carne bovina
em 2014, segundo Antônio Camardelli, presidente da Associação Brasileira da
Indústria Exportadora de Carne (Abiec).
As vendas externas do setor devem encerrar o ano com faturamento de US$ 7,2
bilhões e um total de 1,58 milhão de toneladas embarcadas, aumento de 8,6% em
relação aos US$ 6,7 bilhões obtidos em 2013, porém abaixo da previsão
inicial da entidade, que era US$ 8 bilhões. Em volume, o crescimento foi de
4,45%, ante 1,51 milhão de toneladas na mesma comparação.
Hong Kong continuou na primeira posição no ranking dos importadores com
360,6 mil toneladas e US$ 1,5 bilhão de receita, no período de janeiro a
novembro, um avanço de 15,16% no faturamento e 7,41 % no volume.
O conflito entre Ucrânia e a Rússia, na Criméia, que culminou com
embargos de importantes fornecedores de carne bovina ao mercado russo, abriu
espaço para o Brasil aumentar as vendas para a Rússia. O resultado foi uma
evolução de 13% na receita e 7,25% em volume entre janeiro e novembro. No
período o preço médio cresceu 6,16%. “Em 2015, este cenário positivo pode
mudar, caso haja a solução do conflito”, prevê o presidente da Abiec,
Apesar dos avanços, o Brasil registrou retrocesso nas exportações para
alguns mercados, como o Chile, por exemplo, com queda de 28, 49% na receita e
28,20% no volume. No acumulado de janeiro a novembro, as 50,8 mil toneladas
comercializadas com o mercado chileno renderam US$ 264 milhões, ante 70,7 mil
toneladas negociadas por US$ 369, 5 milhões no mesmo período de 2013.
Em razão da ocorrência de um caso atípico de encefalopatia espongiforme
bovina (EEB, também conhecida como mal da vaca louca), em 2010, no Paraná, e
divulgado em 2012, alguns mercados continuam fechados ao Brasil, caso da Arábia
Saudita, Japão, Bahrein, Kwait, Líbano Peru e Bielorrússia.
Segundo Camardelli, os negócios com a Arábia Saudita e o Japão deverão
ser retomados no próximo ano. “Até fevereiro, uma sanitária saudita
visitará unidades frigoríficas brasileiras”, anuncia e acrescenta que a
liberação do produto para o Japão está prevista para o primeiro trimestre de
2015.
Camardelli acredita que a retomada dos mercados da China, Arábia Saudita,
Japão, Irã e Egito deverão incrementar as vendas externas brasileiras de
carne bovina, projetadas pela US$ 8 bilhões e 1,7 milhões de toneladas no
próximo ano. “A reabertura do mercado chinês terá impacto positivo nas
exportações de 2015, compensando eventuais quedas. Além disso, o fim do
embargo com a Arábia Saudita trará de volta mercados como Bahrein e Kwait”,
prevê.
Em sua opinião, as negociações com o mercado norte-americano para carne
in natura deverão avançar o que facilitará o trânsito com outros países da
NAFTA, além do Caribe e América Central. Para 2015, a Abiec também prevê a
abertura de novos mercados, como Taiwan, Indonésia, Tailândia, Myanmar, Coreia
Sul, Coreia Norte e Marrocos. As informações partem da assessoria de imprensa
da Sociedade Nacional de Agricultura.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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