Porto Alegre, 26 de setembro de 2016 – Para atender um pedido do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Conselho
Deliberativo do Fundo Emergencial de Saúde Animal de Mato Grosso (Fesa-MT) vai
aportar 500 mil euros – o equivalente a R$ 1,82 milhão – ao Fundo Mundial de
Sanidade e Bem Estar Animal visando à tomada de decisões por parte do país
nas ações de combate às enfermidades em âmbito internacional.
A medida, aprovada por unanimidade na reunião extraordinária do Conselho
na última sexta-feira (23/09), será processada ainda nesta semana e, a partir
deste passo, a expectativa é acelerar o processo para que Mato Grosso receba o
status de livre de febre aftosa sem vacinação.
O Fundo Mundial subsidia ações estabelecidas pela Organização
Internacional para Saúde Animal, a OIE. “Nossa preocupação maior, aqui para
Mato Grosso, é por conta dos países da América do Sul que ainda apresentam
problemas sérios de sanidade animal. O Estado detém o maior rebanho bovino do
país e, por isso, precisa ter um cuidado maior também. Sendo assim, foi
aprovada essa doação voluntária e privada”, esclareceu o presidente do
Fesa-MT, Rui Prado.
O valor solicitado pelo Mapa será acrescido de outros 500 mil euros para
que seja entregue ao Fundo Mundial e, a partir de então, o Brasil passa a ter
assento de conselheiro na entidade. Conforme explicou o delegado do Brasil na
OIE, Guilherme Marques, durante reunião por videoconferência com os membros do
Conselho do Fesa, os entes que aportam recursos ao Fundo Mundial estabelecem
onde e como devem ser utilizados esses montantes, na ordem de US$ 25 milhões
anuais. Hoje, o Brasil ocupa a posição de observador na entidade
internacional.
“Os conselheiros definem onde atuar de forma estratégica quanto às
ações de saúde animal. E, indo além, com a participação de Mato Grosso
nessa questão, o Estado se fortalece com vistas ao futuro em busca do status de
livre da febre aftosa sem vacinação. É um passo para procurar melhorias com
outros estados fronteiriços quanto à Bolívia, por exemplo. É um caminho para
OIE fortalecer ações agressivas, de disposição junto aos organismos
brasileiros internos”, ponderou Marques.
Há 20 anos, Mato Grosso tem o status de livre da febre aftosa com
vacinação. A imunização se faz necessária sobretudo por conta da
proximidade com a Bolívia, onde há registros esporádicos de enfermidades
animais. A Venezuela também é outro país do continente que registra casos de
doenças animais.
Outra possibilidade, a partir da mudança de status do Brasil dentro do
conselho do Fundo Mundial, é a inclusão na OIE de seis países da América do
Sul que ainda não fazem parte do fórum. A expectativa é fortalecer as
decisões com vistas ao continente de forma prioritária. “São mais seis
votos nos embates da OIE na definição de estratégias”, destacou Marques.
“Nós entendemos que essa é uma ferramenta para promover também a
sanidade animal do nosso Estado, promover as qualidades do alimento carne que
nós consumimos. Nós estamos proporcionando isso ao governo federal, por um
pedido do ministro Blairo Maggi e, a partir daí, o Brasil poderá ter uma
participação ativa nas decisões”, finalizou Prado.
O Conselho do Fesa-MT é formado por representantes da Federação da
Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), das associações de Criadores
(Acrimat) e de Ovinos (Ovinomat), do Sindicato das Empresas Frigoríficas de
Mato Grosso (Sindfrigo), do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso
(Indea) e do Mapa. As informações partem da assessoria de imprensa.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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