Porto Alegre, 9 de outubro de 2017 – Com o fim do prazo de vigência do
crédito presumido que reduziu o Imposto sobre Circulação de Mercadoria e
Serviços (ICMS) do gado de 7% para 4%, os números apontam que houve aumento de
13% no volume de abate em Mato Grosso e de 50% nas exportações de carne. Isso
demonstra que, apesar da redução do imposto para o envio de gado para o abate
em outros estados, os produtores mato-grossenses priorizam os frigoríficos
locais e o mercado interno, sobretudo quando as indústrias valorizam melhor o
produto. Entre julho e setembro, período em o imposto foi reduzido, houve
aumento no número de animais abatidos no Estado em comparação com 2016,
passando de 1,210 milhão para 1,369 milhão.
A redução do ICMS por parte do governo estadual atendeu a uma demanda do
setor produtivo que este ano passou por algumas crises com impactos diretos na
remuneração do pecuarista. Em março, quando havia previsão de aumento da
alíquota de 7% para 9% para o gado em pé, o governo atendeu a primeira
solicitação dos pecuaristas e manteve os 7% até final de junho. Novamente,
antes que o ICMS fosse elevado para 9%, conforme era previsto, o governo do
Estado reconheceu a situação delicada enfrentadas pelos produtores de carne e
reduziu a alíquota para 4%.
Para o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat),
Marco Túlio Duarte Soares, a redução do imposto foi essencial para todo o
setor. “Hoje vemos que a redução, ao invés de estimular a evasão de
animais para o abate em outros estados, estimulou o mercado interno. Com mais
concorrência, a indústria remunerou melhor o produtor, aumentou a produção e
Mato Grosso ao invés de enviar produto in natura, vendeu com valor
agregado”.
Agora, a entidade pleiteia a manutenção da alíquota em 4% até 31 de
dezembro para garantir a movimentação aquecida do setor. “Enviamos ao
governo, no dia 19 de setembro, um ofício solicitando a manutenção do ICMS em
4%. Esperamos contar mais uma vez com a parceria com um dos principais setores
produtivos do Estado”, afirma Marco Túlio.
Apesar da retomada de mercados e crescimento no volume de vendas, o valor
da arroba não cresce no mesmo ritmo. Em setembro do ano passado, a arroba do
boi era comercializada a R$ 130 na primeira semana do mês e a R$ 132 na última
semana, segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária
(Imea). Este ano, a arroba do boi gordo a vista era R$ 127 na primeira semana do
mês e R$ 130 na última. As informações partem da assessoria de imprensa da
Acrimat.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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