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CARNE DE FRANGO: Brasil pode alimentar 396 milhões de pessoas – ABPA

7 de abril de 2020
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Porto Alegre, 7 de abril de 2020 – Primeiro exportador de aves e quarto
exportador de suínos, o Brasil tem autossuficiência para abastecer um mercado
interno de 210 milhões de pessoas, que consome 69% da produção de carne de
frango e 82% da carne suína. Um terço da produção anual de 13,2 toneladas de
frango brasileiro vai para 150 mercados como China, Japão, Arábia Saudita,
África do Sul e Iémen, e pode alimentar mais 186 milhões de pessoas.

Da produção de 4,1 milhões de toneladas da carne suína, 18% vai para 90
países e pode alimentar mais 37 milhões de pessoas. São números que
expressam a importância da indústria nacional para o abastecimento de
alimentos que são fontes nutritivas de proteína, aminoácidos, cálcio e
vitaminas A, B12 e D (os dois últimos não fornecidos por fontes vegetais).
Considerando o consumo interno e externo, o Brasil pode alimentar 396 milhões
de pessoas com carne de frango e 247 milhões de pessoas com carne suína.

Segurança alimentar e sustentabilidade da indústria de proteína animal
foram os parâmetros do estudo realizado pela Associação Brasileira de
Proteína Animal (ABPA) e Agroicone. Esse estudo verificou que o custo de uma
dieta baseada nas necessidades recomendadas de proteína é menor se comparamos
carne suína e de frango com fontes vegetais. No Brasil, o gasto necessário
para o consumo recomendado de proteínas pode variar de US$ 15,91/mês (frango)
a US$ 25,97 (suíno). O custo para o mesmo consumo de proteínas é maior se
considerados alimentos como soja (US$ 118,37/mês), lentilha (US$ 58,33/mês) ou
grão de bico (US$ 138,07/mês), por exemplo.

Isso significa que a alternativa pela proteína animal representa vantagem
no orçamento para muitas famílias e contribui para a segurança alimentar.
“Comparando o menor custo da quantidade mínima recomendada de proteínas nos
mercados de Brasil, India, Estados Unidos e União Europeia, a variação é de
US$ 15,9 a US$ 61,7/mês numa dieta com frango ou suíno e de US$ 48 a US$ 270
numa dieta vegetariana, ou seja, a alternativa da proteína animal tem preços
3 a 5 vezes mais acessíveis”, observa Luciane Chiodi, sócia da Agroicone que
coordenou a pesquisa.

Sustentabilidade da indústria

O estudo também teve como objetivo analisar a sustentabilidade da
indústria de aves e suínos no Brasil. Observou-se um aumento significativo de
eficiência mensurado em um período de nove décadas (1930-2016). Houve
redução do tempo de abate, aumento de peso e conversão alimentar. A
produtividade cresceu, com redução dos custos para os produtores.

Entre os fatores que contribuíram para essa evolução estão os insumos
de ração animal, que se tornaram mais sustentáveis. A fonte de alimento para
aves e suínos é composta por milho e soja (90%), sendo mais de 60% por milho e
até 25% por soja. A utilização do milho como insumo teve benefício da
colheita de segunda safra, que em 2018 chegou a 66,8% do total. Com essa
técnica, é possível aumentar a produção do milho sem expansão de área,
com benefícios ecológicos para a saúde do solo. “Investimentos em
tecnologias produtivas, como genética e ambiência, se somam à ampliação da
capacidade de obtenção de recursos da indústria de aves e de suínos do
Brasil. Além de contar com ampla oferta de milho e soja de diversos polos de
produção nacionais, os produtores de cárneos firmam parcerias com
fornecedores internacionais da Argentina, Paraguai e Estados Unidos. A garantia
de abastecimento é um dos principais pontos estruturais na competitividade
setorial”, avalia Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA.

Além disso, como resultado de um alto nível de biossegurança nas plantas
de produção e vigilância, o Brasil é um país livre de Influenza Aviária,
o que representa um diferencial de segurança no mercado internacional. O país
também é livre da Peste Suína Africana. No caso da Peste Suína Clássica, o
Brasil tem o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como
livre da doença em 15 estados e no DF, e está em fase de erradicação,
segundo Plano Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, em 9 estados das regiões Norte e Nordeste. “O status
sanitário é um diferencial fundamental, e um alicerce de confiança para
fornecedores de alimentos do porte do Brasil. Como líder no setor de
proteínas, o País encara a questão sanitária como estratégia competitiva.
É tão importante quanto a farta oferta de insumos, que garante uma posição
privilegiada da avicultura e da suinocultura brasileiras no mercado
internacional”, completa Santin.

A visão de sustentabilidade da indústria nacional de aves e suínos
baseia-se nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. “O
setor tem contribuições importantes com o objetivo 1, de redução da pobreza,
com a geração de 4,1 milhões de empregos diretos e indiretos e com
valorização real de salários em 34% entre 2006 e 2016. Contribui também
significativamente para o objetivo 2, para o fim da fome, com a produção de
alimentos que são fonte rica de proteína com baixo custo: anualmente são 13
milhões de toneladas de aves, 45 bilhões de toneladas de ovos e 4 milhões de
toneladas de carne suína”, observa Luciane. Os ODS prioritários, alinhados
com as diretrizes do Conselho Internacional de Avicultura (IPC), são fome zero
(2), saúde e bem-estar (3), educação (4), inovação e infraestrutura (9) e
ação climática (13).

Segurança alimentar

Existe uma relação importante entre o consumo per capita de proteína
animal e a fome. Os países com menor consumo per capita de proteína animal
são os que apresentam maior severidade da fome entre a população. Entre
aqueles que enfrentam esse desafio, o Brasil foi considerado com nível baixo de
fome segundo o Global Hunger Index – GHI, divulgado anualmente pelas
organizações Concern Worldwide (Irlanda) e Welthungerhilfe (Alemanha) – na
18 posição entre 117 países, com uma pontuação 5,3 (é considerado nível
sério a pontuação acima de 20 e nível alarmante acima de 35).

Comparando fontes de proteínas e calorias por grama de produto, o estudo
mostrou que a carne de frango e suína oferecem vantagens nutritivas.
Considerando uma dieta recomendada de 0,75g de proteína/kg de peso corporal,
são necessários apenas 179g de carne de frango ou 172g de carne suína para
obter cerca de 50g de proteína, enquanto que para ervilha ou lentilha são
necessários mais de 500g.

Além disso, ao contrário do que se imagina, a carne suína não é um
alimento altamente calórico. Para se obter 50g de proteínas, são necessários
172g de carne suína preparada, que chegam a 471 kcal – abaixo de alimentos
como lentilha (644 kcal), grão de bico (932 kcal), ervilha (778 kcal) e soja
(521 kcal) para a mesma quantidade de proteínas.

“Ao longo de cinco décadas de desenvolvimento das cadeias produtivas, o
Brasil construiu parcerias em prol da complementariedade nas importações,
aliada à segurança dos alimentos fornecidos. Focou seus esforços na
produção de produtos de alta qualidade, que contribuam para a eficiência
proteica na dieta dos brasileiros e de mais de 150 nações dos cinco
continentes. Hoje, a avicultura e a suinocultura se consolidaram como setores
estratégicos para a segurança alimentar global”, analisa Francisco Turra,
presidente da ABPA. Com informações da assessoria de imprensa da ABPA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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Alibem - base suíno leitão

R$ 6,60

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Estrela Alimentos - base leitão

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Pamplona* base term.

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Pamplona* base suíno leitão

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