Porto Alegre, 6 de julho de 2016 – A decisão do Reino Unido de deixar a
União Europeia poderá aumentar as exportações de frango do Paraná. A
expectativa é que, se confirmado o Brexit, o Reino Unido adote regras mais
flexíveis e uma postura mais aberta em relação às importações de outros
países em meio à diminuição da oferta do bloco europeu. A decisão pode
beneficiar o Paraná, maior produtor e exportador de carne de frango do Brasil,
responsável por 36% dos embarques do produto.
A cadeia da avicultura, com forte participação das cooperativas
agropecuárias, é uma das com maior impacto social no Estado. Abate cerca de
1,8 bilhão de aves por ano e gera 60 mil empregos diretos e cerca de 600 mil
indiretos no Estado, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), da
Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. São 36 frigoríficos, a
maioria na região Oeste, com uma produção de 3,6 milhões de toneladas.
“Graças à sanidade animal e à boa qualidade do frango paranaense, as
exportações têm tido uma boa performance”, afirma Roberto de Andrade Silva,
do Deral. Da produção, 60% tem como destino o mercado externo.
A carne de frango é o segundo produto mais exportado pelo Paraná, atrás
apenas da soja. Atualmente já são 155 países compradores, com destaques para
Arábia Saudita, com 22% de participação, União Europeia (13%), China (11%),
Japão (9%) e Emirados Árabes (9%).
“O Reino Unido já conhece a carne de frango brasileira e esse deve ser o
momento para que o País tente, por meio da área de relações internacionais,
ampliar mercado. O frango paranaense é competitivo, tem qualidade e sanidade”,
diz Domingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos
Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar).
Participação
Um levantamento realizado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento
Econômico Social (Ipardes) mostra que o Brasil ocupa a terceira colocação
entre os maiores exportadores de carne industrializada de frango para o Reino
Unido.
Em 2015, o País respondeu por 10,2% dos US$ 1,26 bilhão importados em
carne de frango industrializada pelos britânicos, atrás de Tailândia, com
45,2%, e dos Países Baixos, com 12,9%. Mas ainda não está entre os principais
exportadores de carne de frango in natura para o Reino Unido, mercado que
movimenta US$ 1,3 bilhão por ano.
De acordo com Martins, ainda não há como prever o volume de aumento das
exportações a partir do Brasil, mas a expectativa é que o Reino Unido, assim
que assumir definitivamente sua saída, acelere novos acordos comerciais com
países fora da União Europeia. “Até porque os britânicos são grandes
consumidores de carne de frango e precisarão dessas importações. Parte do
frango vendida ao Reino Unido vem dos Países Baixos, que por sua vez importam
do Brasil. A tendência é que não haja mais essa intermediação”, diz
Martins.
“A cadeia da avicultura é importante para o Estado, gera muito emprego e
é extremamente competitiva, graças à estrutura integrada, com forte
participação do pequeno produtor, dono dos aviários, e das cooperativas, que
fazem a agroindustrialização”, diz o economista Julio Suzuki Júnior, diretor
presidente do Ipardes.
Essa estrutura – combinada à boa oferta de insumos, como o milho, e aos
investimentos em sanidade animal – colocou o Estado no topo do setor. Foi
responsável por 31% da produção nacional no primeiro trimestre de 2016.
“O Paraná já é o maior produtor de carne de frango desde o início dos
anos 2000, mas atingiu, nesse ano, a participação recorde”, afirma Suzuki
Júnior. Dados do IBGE mostram que nos primeiros três meses do ano produzidas
1,016 milhão de toneladas no Paraná.
De acordo com o Sindiavipar, 737,35 milhões de cabeças de frango já
foram abatidas de janeiro a maio de 2016, 11,8% mais do que no mesmo período do
ano passado.
O Paraná também continua liderando as exportações do segmento no
Brasil, com 36% de participação. De janeiro a maio, exportou 627,5 mil
toneladas, 19% mais do que no mesmo período do ano passado, de acordo com a
Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em receita, as vendas
alcançaram US$ 861,2 milhões, 3% mais do que no ano passado. O setor responde
por 20% das exportações do agronegócio paranaense. Com informações da
Agência de Notícias do Paraná.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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