Porto Alegre, 23 de novembro de 2017 – Como maior exportador de carne suína
do país, Santa Catarina ainda analisa as conseqüências da decisão do
Serviço Federal Sanitário e Fitossanitário da Rússia sobre a suspensão da
importação de carne suína produzida no Brasil, devido à presença de
ractopamina e outros estimulantes para o crescimento muscular dos animais.
O uso de ractopamina é permitido no Brasil e nos Estados Unidos, porém
proibido na Europa e na Ásia. Para evitar qualquer tipo de contaminação, o
Brasil utiliza o sistema de segregação de suínos para exportação de carne
para a Rússia e Japão, por exemplo. Ou seja, os suínos recebem outro tipo de
ração e são criados em outros locais, não tendo contato com os animais que
serão destinados para mercados que permitem o uso da substância.
O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, ressalta
que o sistema catarinense de produção de carnes é extremamente confiável,
tanto que o estado tem acesso aos mercados mais exigentes do mundo, e passa
constantemente por auditorias do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa) e também da Companhia Integrada de Desenvolvimento
Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). “Nós demoramos muito para conquistar os
mercados que temos hoje e tomamos todo cuidado para atender todas as
exigências internacionais. Estamos ansiosos por mais informações para que
possamos averiguar a denúncia da Rússia”, ressalta.
Normalmente já há uma queda nas vendas para a Rússia a partir de
novembro, afinal, com o início do inverno, os portos russos congelam e
praticamente não acontecem mais embarques de carnes para o país. As vendas
então retornam em fevereiro. “Nossas indústrias estão preparadas para a
diminuição nas vendas para a Rússia nesse período e, com o aquecimento na
economia brasileira, nossa expectativa é ampliar as vendas no mercado interno.
Mas é importante esclarecer que o Estado ainda não recebeu nenhuma
notificação das autoridades russas sobre a suspensão de importação e nem
mesmo sobre a contaminação nas carnes vendidas”, afirma Sopelsa.
Até o momento as autoridades russas não divulgaram a origem da carne
contaminada com ractopamina, nem os exames laboratoriais que comprovam a
presença da substancia. Na tarde desta terça-feira (21), o Departamento de
Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura solicitou
ao Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia que
envie os certificados do serviço de inspeção e os laudos laboratoriais
indicando a presença do estimulante de crescimento para que, assim, possa fazer
uma investigação interna. Os documentos já estão sob posse da embaixada
brasileira em Moscou e devem ser enviados ao Brasil ainda hoje (22).
A Rússia é um importante mercado para a suinocultura catarinense e
responde por 39,6% do total exportado pelo estado este ano. De janeiro a
outubro, Santa Catarina embarcou 92,6 mil toneladas para a Rússia, faturando
mais de US$ 246 milhões.
Santa Catarina é o maior produtor nacional de suínos com 969 mil
toneladas produzidas em 2016, sendo que 28,3% desse total são destinados para a
exportação. Os principais mercados internacionais para a carne suína
catarinense são: Rússia, China e Hong Kong. Com informações da assessoria de
imprensa da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 28/11/2024 10:30