Porto Alegre, 4 de julho de 2016 – O aproveitamento de dejetos suínos para
a geração de energia elétrica é mais uma técnica sustentável que reduz a
emissão de gases do efeito estufa, preserva a qualidade do solo e pode aumentar
a renda do produtor rural. A biodigestão gera energia elétrica ou térmica,
na forma de biogás, para abastecer toda a propriedade e, assim, reduzir custos,
se tornando uma alternativa de renda mensal para o suinocultor. A tecnologia
faz parte do projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono, do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com o Instituto
Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
Tecnologias do projeto foram analisadas pelo Grupo Técnico da Comissão
Nacional de Aves e Suínos da Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA), na última semana, em Brasília (DF). Os participantes debateram
os desafios e entraves que os pequenos e médios produtores identificaram para
implantar técnicas sustentáveis em suas granjas.
A falta de recursos tecnológicos para pequena escala de produção e a
base legal que incentive a comercialização da energia elétrica excedente
foram destacadas na reunião. “As resoluções da Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL) já evoluíram, porém ainda está aquém das necessidades do
setor”, afirmou o assessor técnico da Comissão, Victor Ayres.
Dentre as soluções tecnológicas mais apropriadas para o tratamento de
dejetos na suinocultura brasileira, está a biodigestão. O produtor precisa
instalar um biodigestor anaeróbico, equipamento que funciona como um reator
químico, no qual bactérias digerem a matéria orgânica e produzem o biogás,
que é usado como combustível em substituição ao gás natural.
De acordo com Victor Ayres, a falta de informações sobre a viabilidade da
técnica dificulta o acesso às linhas de crédito do Plano de Agricultura de
Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC). “Preocupado com essa situação, o
setor tem discutido formas de auxiliar o produtor a investir em soluções
tecnológicas para o tratamento de dejetos, como políticas públicas, e
financiamentos”, explicou.
Para o fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura, Sidney
Medeiros, todos os produtores de suínos precisam ter acesso a essa tecnologia,
pois mesmo os que produzem energia elétrica em pouca quantidade ainda têm
redução de custos. “O biogás gerado pode ser usado na cozinha (granja e
residência), no aquecimento dos animais e da água de lavagem das instalações
e, ainda, em secadores de grãos ou caldeiras de fábrica de rações”,
destacou Sidney.
Em maio, o Ministério da Agricultura lançou uma cartilha para auxiliar o
produtor a gerar renda a partir dos resíduos e reduzir os custos de produção,
bem como diminuir os efeitos na atmosfera de gases como o metano. Na
publicação, o suinocultor pode se informar sobre o uso racional da ração, da
água e técnicas de produção de energia e biofertilizantes – como a cama
sobreposta – e de separação dos dejetos. A cartilha é resultado da parceria
do Mapa, com o IICA, Embrapa Suínos e Aves e Associação Brasileira de
Criadores de Suínos (ABCS). As informações partem da assessoria de imprensa
da CNA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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