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CARNE SUINA: Entenda o que é a doença de Aujeszky, reaparecida no RS após quase 20 anos

9 de fevereiro de 2023
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Porto Alegre, 9 de fevereiro de 2023 – Após quase 20 anos, um caso da doença de Aujeszky foi
registrado no Rio Grande do Sul. O Ministério da Agricultura e Pecuária, junto com os órgãos de
fiscalização locais, precisaram abater cerca de 40 suínos para evitar a proliferação da
doença.

O que é a doença de Aujeszky

A doença de Aujeszky é infectocontagiosa do sistema nervoso, conhecida também como peste do
coçar e pseudo-raiva. É de notificação obrigatória ao Serviço Veterinário Oficial, é não
zoonótica, causada por um Varicellovirus da família Herpesviridae, subfamília Alphaherpesvirinae,
acometendo diversas espécies de mamíferos domésticos e selvagens, tendo maior prevalência em
suínos, se manifestando com sinais clínicos de alterações nervosas, reprodutivas e
respiratórias.

A diretora técnica da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Charli Ludtke,
explica que “não existe tratamento e todos os animais que apresentam sorologia positiva e tiveram
contato, ou possíveis contatos com animais portadores do vírus, devem ser sacrificados
(eutanasiados)”.

Ciclo e transmissão

O vírus pode ser encontrado nas secreções e excreções de animais infectados, podendo ser
transmitido pelas vias:

– Direta: é o principal meio de infecção pelo contato entre os animais portadores e sadios,
seja por aerossóis, pelas secreções e excreções, pelo sangue, sêmen ou pela via
transplacentária;

– Indireta: por meio da água e alimentos contaminados, trânsito de pessoas, equipamentos,
materiais, veículos, vestuários, produtos, alimentos de origem animal.

O suíno é considerado reservatório natural e a única espécie em que o vírus estabelece
infecção latente, podendo ser portadores assintomáticos, e, quando submetidos a condições
estressantes, o vírus pode ser reativado no seu hospedeiro. Suínos infectados tornam-se portadores
assintomáticos do vírus e fonte de infecção para outros animais.

Período de Incubação: 2 a 6 dias.

Resistência do vírus no ambiente: baixas temperaturas, baixa umidade, presença de sangue,
tecidos e soluções proteicas são fatores favoráveis à alta sobrevivência do vírus.

Suídeos asselvajados

A disseminação da doença pode ocorrer nas populações de suídeos asselvajados e silvestres
por meio de: carcaças e/ou eventualmente sangue infectado; equipamentos de caça; contato direto de
cães com o sangue; aerossóis ou a própria carne contaminada proveniente de suídeos asselvajados
e silvestres, já que em algumas regiões é permitida a caça para controle populacional. Atenção
especial deve ser dada a esse meio de infecção dos suídeos asselvajados (javali), buscando evitar
a introdução da doença para animais sadios (cães).

Sinais clínicos de Aujeszky

– Leitões de maternidade: Febre (42ºC), apatia, anorexia, hipersalivação, predomínio de
sinais nervosos como tremores, convulsões, incoordenação de membros posteriores (posição de
cão sentado), andar em círculos, movimentos de pedalagem, decúbito, opistótono, pêlos
eriçados, inapetência e morte de 1 a 5 dias. Mortalidade pode chegar a 100%.

– Leitões em crescimento e terminação: Febre (42ºC), apatia, anorexia, atraso no crescimento,
predomínio de sinais respiratórios como espirros, tosse, descarga nasal, dispneia. Sinais nervosos
podem ser observados. Recuperação em 5 a 10 dias. Mortalidade de 1 a 2% ou maior se houver
infecções secundárias.

– Suínos reprodutores: Febre (42ºC), anorexia, constipação, hipersalivação, falsa
mastigação, agalaxia, infertilidade e sinais respiratórios como espirros, tosse, descarga nasal,
dispneia. Incoordenação leve e paralisia de posterior são raros. Mortalidade de 1 a 2%.

– Matrizes: Tosse, pneumonia, sintomatologia nervosa, falha reprodutiva, abortos, leitões
mumificados; natimortos, leitegadas fracas ao nascimento.

– Matrizes prenhas: retorno ao cio, abortos, natimortos, fetos mumificados e nascimento de
leitões fracos.

– Suínos asselvajados: normalmente assintomáticos, podendo apresentar sinais respiratórios
leves.

– Sinais clínicos em outros mamíferos: Sintomatologia nervosa associada a prurido intenso e
automutilação, motivo pelo qual a doença também é conhecida como peste de coçar. É letal, com
óbito de 2 a 3 dias após o aparecimento dos sinais clínicos

Histórico da doença

Foi descrita pela primeira vez em 1813, em um rebanho de bovinos nos Estados Unidos e se
caracterizava por um intenso prurido, recebendo o nome de peste do coçar. Em outras espécies, como
cães e gatos, sinais nervosos fizeram com que a doença fosse confundida com a raiva. Já, em 1902,
o pesquisador húngaro Aladar Aujeszky, demonstrou, por meio da infecção experimental em coelhos,
que não se tratar de raiva e, a partir de então, a doença passou a ser denominada de pseudoraiva
ou Doença de Aujeszky (DA).

O Brasil não é considerado livre da doença, pois em 2018 houve ocorrência de um foco no
estado do Paraná. E, recentemente, em dezembro, ocorreu foco em uma propriedade no município de
São Gabriel (RS), envolvendo 46 suínos de criação de subsistência. Nesta última ocorrência,
após a confirmação do caso pelo MAPA (Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, Pedro
Leopoldo-MG), o Serviço Veterinário Oficial do Rio Grande do Sul procedeu com o sacrifício
sanitário dos animais, despovoamento e desinfecção da propriedade.

“Houve também a realização de vigilância para rastrear a presença do vírus em um raio de 5
km, onde foram coletadas 641 amostras e encaminhadas para o laboratório credenciado do Rio Grande
do Sul (IPVDF) e o laboratório oficial (LFDA-MG). As investigações foram finalizadas e não foi
encontrada a presença do vírus nas amostras avaliadas”, detalhou Charli.

As informações são da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS).

Revisão:Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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