Porto Alegre, 4 de outubro de 2017 – Ainda falta uma etapa para a completa
formalização do acesso da carne suína brasileira para a Coreia do Sul:
assinar o acordo sobre o certificado sanitário a ser adotado entre o Brasil e
aquele país asiático. Essa formalidade exigirá entre 30 e 60 dias e, a partir
daí, iniciarão as negociações para o fechamento de vendas. O presidente da
Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Chapecó, Mário Lanznaster, acredita
que os primeiros embarques serão processados somente em 2018.
O dirigente considera difícil prever o volume de vendas porque “a
caminhada será longa e está apenas iniciando”. Festeja como uma conquista
dos produtores, das indústrias e do governo a aprovação, pela Agência de
Inspeção Sanitária e Quarentena (QIA) da Coreia do Sul, de três empresas
catarinenses (as únicas do Brasil) habilitadas a exportar carne suína para o
país: BRF de Campos Novos, Aurora Alimentos de Chapecó e Pamplona Alimentos de
Presidente Getúlio.
A Coreia do Sul é o quarto maior importador mundial de carne suína, com
600 mil toneladas anuais de compras. Atualmente, esse mercado de 50 milhões de
pessoas é abastecido pelos Estados Unidos, União Europeia, Chile e Canadá. Os
norte-americanos são os maiores fornecedores, suprindo 40% das compras
sul-coreanas.
Lanznaster analisa que a competição será acirrada. Os Estados Unidos
são velhos parceiros comerciais e antigos aliados no plano militar. Além
disso, a carne brasileira que ingressar no território coreano terá uma
taxação de 20%, enquanto o produto americano é isento, assim como o chileno.
Essa situação decorre do acordo comercial Brasil/Coreia.
Levando em consideração o preço médio da tonelada de carne suína no
mercado externo – US$ 2.500,00 – essa taxação representará US$ 500,00 por
tonelada exportada. “Vamos iniciar a competição em clara desvantagem, mas,
com o tempo e a persistência, poderemos ampliar a relação de troca, superando
essas barreiras e melhorado os termos do acordo comercial”, acredita
Lanznaster. Lembra que, para vender frango à Coreia, de quem se tornou grande
fornecedor, o Brasil passou por processo semelhante.
As negociações estavam em curso há quase 10 anos. Foram determinantes na
aprovação de Santa Catarina a situação sanitária (área livre de aftosa
sem vacinação e livre de peste suína clássica), qualidade da cadeira
produtiva, profissionalização do produtor e avançado estágio da indústria
de abate e processamento.
ESTÁGIO
Santa Catarina é o único estado brasileiro livre de febre aftosa sem
vacinação e também livre de peste suína clássica, com certificados da
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), status sanitário diferenciado que
foi um fator decisivo para a abertura de novos mercados. O Estado é o maior
produtor e exportador nacional de carne suína do país. São cerca de 13 mil
criadores integrados às agroindústrias e independentes, que produziram, em
2016, 969 mil toneladas de carne suína. Com um rebanho efetivo estimado em sete
milhões de cabeças, o estado destina 28,3% da produção ao mercado externo.
Com informações da assessoria de imprensa da Cooperativa Central Aurora
Alimentos.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 22/11/2024 17:50