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CARNE SUINA: Reflexo da PSA no mercado externo pode ser positivo ao Brasil

30 de abril de 2019
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Porto Alegre, 30 de abril de 2019 – A cadeia suinícola já encontra novos
desafios a serem enfrentados durante este ano. Uma das questões atuais de maior
preocupação para o mercado mundial de proteína animal é o surto de Peste
Suína Africana (PSA) que assola a China. A PSA provocou mudanças no volume e
nos preços do mercado internacional. Mas, apesar da redução das exportações
de carne suína brasileira para o país no primeiro trimestre deste ano, os
volumes totais exportados estão ligeiramente maiores que o mesmo período do
ano passado. Com a retomada do mercado russo e o provável aumento de demanda da
China ao longo do ano, ainda se projeta que 2019 feche com volumes exportados
superiores a 2018.

China tem queda, mas Rússia compensa as exportações

Com o abate de grande número de suínos na China, em função dos focos de
PSA, a oferta de carne suína aumentou muito em um curto período, determinando
queda nos preços dos suínos no país. Mas, ao contrário do que se esperava,
ainda não houve aumento significativo das exportações de carne suína
brasileira para a China. Analisando as exportações do produto in natura,
segundo dados do MDIC, no primeiro trimestre de 2019, houve uma redução de
quase 18% nas quantidades exportadas para a China e uma queda de 21,6 % na
receita, quando comparado com o mesmo período de 2018.

Se por um lado, a carne suína brasileira ainda não atingiu os mesmos
volumes de 2018 no mercado Chinês, por outro, a Rússia voltou a ser um grande
comprador. No primeiro trimestre de 2019, a Rússia assumiu a terceira
colocação dos destinos da carne suína brasileira (atrás de China, com 24,9%
e Hong Kong, com 15,7%) e já representa quase 13% dos embarques de carne suína
in natura, totalizando mais de 17 mil toneladas de janeiro a março.

Esta retomada do mercado russo, mesmo que em quantidades menores do que em
2017, por exemplo, fez com que houvesse uma compensação da redução dos
volumes exportados para a China, pois na somatória dos três destinos,
manteve-se praticamente o mesmo volume de um ano para o outro (ao redor de 73
mil toneladas de carne in natura).

Mercado interno aquecido

O mercado interno de suínos está bastante demandado, com os preços pagos
ao produtor voltando a patamares que não eram atingidos desde o segundo
semestre de 2017. Além da regularidade da exportação, o preço crescente das
carnes bovina e de frango também contribui para elevar o valor pago pelo
suíno.

Há uma percepção na diminuição da retenção de animais e do peso de
abate em muitas regiões, indicando que esta relativa baixa oferta de suínos
deve se manter para os próximos meses. “Com a perspectiva de aumento das
exportações ao longo do ano, especialmente para a China, parece que,
finalmente, depois de muitos meses de dificuldades, o suinocultor voltará a
trabalhar com margens positivas. Resta saber até que ponto os indicadores
socioeconômicos negativos do país, como alto desemprego e redução de renda,
vão limitar esta subida dos preços”, avalia o presidente da ABCS, Marcelo
Lopes, alertando que o atual cenário deve ser acompanhado com atenção por
todos os integrantes da cadeia suinícola.
Custo de produção estável, com tendência de queda

Apesar de uma pequena quebra na safra brasileira em final de colheita, o
preço da soja e seus derivados (farelo) tem se mantido estável, por enquanto,
sem tendência de alta, ao contrário do que ocorreu no ano passado. Apesar de
uma pequena quebra na safra brasileira em final de colheita, o preço da soja e
seus derivados (farelo) tem se mantido estável, por enquanto, sem tendência de
alta, ao contrário do que ocorreu no ano passado.

Com relação ao imbróglio tarifário entre China e Estados Unidos que fez
com que o Brasil ganhasse grande espaço nas exportações desta oleaginosa
para os chineses em 2018, permanece a expectativa da definição das
negociações entre os dois gigantes. No primeiro trimestre de 2019 o Brasil
exportou 28% a mais e os EUA 30% a menos que o ano passado para a China em
relação ao mesmo período do ano passado.

O preço da soja no Brasil vai depender em grande parte desse movimento
entre EUA e China e do próprio consumo chinês. A eventual redução de tarifas
da China em relação a soja norte-americana pode determinar uma reconquista de
percentuais perdidos para o Brasil no país asiático. Por outro lado, a
redução significativa do rebanho suíno, pela PSA, pode determinar redução
expressiva da demanda de grãos pela China. Ambas ocorrências, aliadas à
esperada grande safra argentina, podem reduzir significativamente os embarques
de soja do Brasil, determinando preços mais baixos no mercado interno.

Embora o milho continue em patamar de preço relativamente elevado para as
atividades de produção de proteína animal (gráfico 4), o comportamento do
clima com chuvas regulares nas principais regiões produtoras do Brasil indica
que, de fato, a segunda safra, prevista para metade do ano, determinará volume
recorde deste grão na safra 2018/19. Mantém-se a previsão de colher ao redor
de 15% mais que na safra 2017/18, o que deve determinar a queda dos preços
deste grão.

O que esperar?

Com o mercado interno e externo de carnes aquecido, a previsão é de boa
colheita da segunda safra de milho e estabilidade do mercado de soja, espera-se
uma recuperação das margens da atividade suinícola ao longo do ano. Porém,
é preciso ficar atento às condições climáticas aqui e nos EUA e às
negociações tarifárias da soja e da carne suína entre China e EUA. Além
disso, com o crescimento das exportações de carne bovina e de frango, é
esperada uma pressão para o aumento dos preços pagos ao suinocultor
brasileiro.

Boletim de Mercado em Foco especial

A ABCS, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura
(FNDS), apresenta esta série especial do “Mercado em Foco”, cujos boletins
são desenvolvidos com dados de especialistas do agronegócio, entre eles a
MBAgro, consultoria focada no acompanhamento da conjuntura agropecuária. Todo
final de mês, a ABCS envia para as associações afiliadas e produtores
cadastrados uma matéria detalhada com gráficos e tabelas das principais
análises e conjunturas para o setor. As informações partem do boletim da ABCS
Mercado em Foco.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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Cotação semanal

Dados referentes a semana 16/05/2025

Suíno Independente kg vivo

R$ 8,42

Farelo de soja à vista tonelada

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Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.250,00

Milho Saca

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Atualizado em: 15/05/2025 09:30

AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,60

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,70

Cooperativa Majestade*

R$ 6,60

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 7,00

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 7,00

Alibem - base creche e term.

R$ 5,75

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,60

BRF

R$ 7,30

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,40

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,40

Pamplona* base term.

R$ 6,60

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,70
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