safras

CARNE SUINA: Variação cambial impacta preços e custos nas indústrias de SC

29 de setembro de 2015
Compartilhe

Porto Alegre, 29 de setembro de 2015 – A depreciação da moeda brasileira
frente ao dólar está impactando no comportamento dos preços e dos custos na
vasta cadeia produtiva da suinocultura industrial catarinense: de um lado, torna
mais competitivo o produto cárneo no mercado internacional, mas, por outro,
encarece os custos de produção porque muitos insumos são importados ou
cotados em dólar.

Para compensar essa expansão dos custos, a Cooperativa Central Aurora
Alimentos, terceiro grupo nacional do setor e uma das maiores processadoras de
suínos do Brasil, vem reajustando os preços praticados junto aos criadores na
aquisição de suíno em pé para abate e industrialização.

Nas últimas quatro semanas, a Aurora concedeu quatro reajustes que
representam 11% de aumento: o preço básico pago aos criadores passou de R$
2,90 a R$ 3,20 o quilograma de suíno em pé, valor ao qual se acrescenta o
índice de qualidade da carcaça pelo critério da tipificação, elevando o
preço a até R$ 3,52.

Em razão de ser a maior processadora de suínos, a Aurora influencia e
baliza o mercado catarinense e sulbrasileiro. Desde o ano passado, o mercado de
suínos se mantém equilibrado, sem aumento de oferta nem em peso total, nem em
número de cabeças. Também não há excesso de suínos no mercado “spot” e
as indústrias frigoríficas em geral não estão estocadas.

O último reajuste está em vigor desde quarta-feira (23) e dá fôlego aos
criadores para cobrir o aumento nos custos de produção. O presidente da
Aurora e vice-presidente de agronegócio da FIESC, Mário Lanznaster, lembra
que, se de um lado, a alta do dólar facilita as exportações brasileiras de
carne, de outro aumenta os custos para o suinocultor e para as indústrias, pois
os ingredientes da nutrição animal como farelo de soja e milho, bem como
insumos industriais (embalagens, equipamento, material genético, tripas,
condimentos, aminoácidos etc) são cotados em dólar.

Novos reajustes aos suinocultores estão tradicionalmente previstos para o
último trimestre do ano, mas, para isso ocorrer, as vendas externas e internas
precisam crescer, antecipa o presidente da Aurora. “Temos que ter ciência que
o mercado está ajustado; não podemos produzir em excesso. Essa situação de
equilíbrio deve-se ao alojamento de matrizes de acordo com a demanda industrial
planejada, o que evita episódios de excesso de oferta de suínos em pé,
geralmente seguidos de crise de preços e posterior escassez dessa
matéria-prima”, expõe o dirigente.

CUSTOS EM ALTA

Lanznaster diz que é ilusório pensar que a apreciação exagerada do
dólar representa automaticamente elevação dos ganhos das agroindústrias
exportacionistas. Lembra que os custos dispararam e, neste ano, o preço do
milho teve 26% de aumento e, o do farelo de soja, 40%. A saca de milho estava em
26 reais no mês de janeiro e, agora, situa-se em 33 reais com viés de alta. A
tonelada de farelo de soja está sendo comercializada a 1.500 reais (1.100 em
janeiro).

Santa Catarina importa mais de 3 milhões de toneladas de milho por ano e
sofre um agravante para essa escassez: a área cultivada vem se reduzindo em
face da migração para a soja. Com isso, é preciso buscar o cereal no Brasil
central e no Paraguai. Essa operação exige mais de 60 mil viagens de carretas
entre o oeste catarinense, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para transferir essa
imensa quantidade de milho que alimenta a indústria de processamento de
carnes.

O presidente da Aurora aponta que “o milho existe no Brasil e está nas
regiões produtoras, mas todos querem exportar para aproveitar os excelentes
preços internacionais”. Por isso, o preço interno está alto, balizado pelo
“preço do Porto”. Milho e soja mais caros tornam a nutrição animal mais
onerosa. Aliás, todos os grãos sofrerão aumento, inclusive o trigo, o que
impactará diretamente no preço do pão. Com informações da assessoria de
imprensa da Cooperativa Central Aurora Alimentos.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

Copyright 2015 – Grupo CMA

Cotação semanal

Dados referentes a semana 09/05/2025

Suíno Independente kg vivo

R$ 8,42

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 1.835,00

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.200,00

Milho Saca

R$ 71,75
Ver anteriores

Preço base - Integração

Atualizado em: 08/05/2025 09:40

AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,60

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,70

Cooperativa Majestade*

R$ 6,60

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 7,00

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 7,00

Alibem - base creche e term.

R$ 5,75

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,60

BRF

R$ 7,30

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,40

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,40

Pamplona* base term.

R$ 6,60

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,70
* mais bonificação de carcaça Ver anteriores

Parceiros da Suinocultura Gaúcha

Parceria