Porto Alegre, 2 de agosto de 2021 – Na última quinta-feira do mês de
julho (29), a convite do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) participou do
lançamento do Plano Integrado de Vigilância de Doença de Suínos. Apresentado
de em formato online pela equipe técnica da pasta, o documento visa fortalecer
a capacidade de detecção precoce de casos de Peste Suína Clássica (PSC),
Peste Suína Africana (PSA) e a Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos
Suínos (PRRS), bem como demonstrar a ausência das doenças em suínos
domésticos.
O Brasil conta atualmente com um rebanho de mais de 40 milhões de suínos,
e para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, que participou o lançamento do
Plano, a iniciativa é uma forma de agir proativamente, buscando evitar a
entrada das doenças no país. Lopes reforça ainda que o Plano Integrado de
Vigilância de Doenças de Suínos foi desenvolvido pelo Mapa, mas conta a
participação do Serviço Veterinário Oficial dos estados e também da
iniciativa privada. “Os elos da cadeia produtiva devem estar envolvidos, pois
é um compromisso de todos manter e melhorar a vigilância animal implantada no
Brasil e proteger a suinocultura nacional.”
Ainda no lançamento do Plano, o diretor do Departamento de Saúde Animal,
Geraldo Moraes, comentou sobre a confirmação da ocorrência de casos
confirmados da PSA na República Dominicana, ingressando assim a doença nas
Américas. Já o trabalho desenvolvido pelo Mapa, junto aos órgãos estaduais
de Sanidade Agropecuária (OESA) e os setores privados da suinocultura reforçam
ações que evitem o ingresso da PSA no Brasil e que possam mitigar os impactos
econômicos e sociais no caso de introdução da doença. “A implantação e
execução do Plano exige o compromisso, ações contínuas e conjuntas de
responsabilidade dos setores público e privado”, disse Moraes.
O chefe da Divisão de Sanidade dos Suídeos do Mapa, Guilherme Takeda,
explica que a suinocultura brasileira possui condição sanitária bastante
favorável por ser considerada livre de doenças economicamente muito
importantes que ocorrem em várias partes do mundo. “A manutenção desta
condição sanitária no Brasil garante menores custos de produção e vantagem
competitiva no acesso a mercados internacionais”, destacou.
De acordo com o Mapa, o plano revisa a Norma Interna 05/2009 e a Norma
Interna 03/2014, publicadas pelo Departamento de Saúde Animal da Secretaria de
Defesa Agropecuária da Pasta, para a vigilância de PSC, ampliando o escopo de
doenças-alvo para a PSA e a PRRS e redefinindo os componentes do sistema como
vigilância sorológica baseada em risco, inspeções em estabelecimentos de
criação, investigação dos casos suspeitos, inspeção em abatedouros e
vigilância sorológica em suínos asselvajados.
Doenças alvo do Plano de Sanidade
Peste Suína Clássica
A PSC é uma doença que acomete suínos domésticos e asselvajados. É
obrigatória a notificação imediata ao serviço veterinário oficial de
qualquer caso suspeito. O vírus é encontrado nas secreções e excreções do
animal infectado e pode ser transmitido pelas vias diretas (contato entre
animais, aerossóis e suas secreções e excreções, sangue e sêmen) ou
indiretas (água, alimentos, fômites, trânsito de pessoas, equipamentos,
materiais, veículos, vestuários, produtos, alimentos de origem animal),
entrando no organismo por via oral e oro-nasal.
A condição zoossanitária da doença no Brasil, reconhecida pela
Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), é constituída por 16 estados
divididos em três Zonas Livres. Já a zona não Livre (ZnL) é formada por
Alagoas, Amapá, Amazonas (exceto região pertencente à ZL), Ceará, Maranhão,
Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima. Atualmente
cerca de 83% do rebanho suíno brasileiro encontram-se em zona livre (ZL) de
PSC.
Peste Suína Africana
A PSA também é uma doença de notificação imediata ao serviço
veterinário oficial de qualquer caso suspeito. A doença foi introduzida no
Brasil em 1978 no estado do Rio de Janeiro. As investigações realizadas à
época revelaram que os suínos do estabelecimento caracterizado como foco
índice se infectaram pela ingestão de sobras de comida servida a bordo de
aviões procedentes de Portugal e da Espanha, países onde se propagava a
doença.
A última ocorrência de PSA no Brasil foi registrada no estado de
Pernambuco, em novembro de 1981, e as medidas aplicadas pelo SVO brasileiro
permitiram a erradicação da doença em todo o território e a declaração do
Brasil como país livre de PSA em 1984. Desde 2018, a PSA ingressou e se
dispersou amplamente nos continentes asiático e europeu. No dia 29 de julho de
2021, foi confirmada a ocorrência da PSA na República Dominicana, ingressando
nas Américas.
Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos
A doença nunca foi registrada no Brasil. Dessa forma, qualquer caso
suspeito é de notificação obrigatória e imediata ao serviço veterinário
oficial. A PRRS causa alta mortalidade em suínos recém-nascidos e desmamados,
baixa taxa de concepção em rebanhos de reprodutores, aumento na taxa de
aborto, natimortos e nascimento de leitões fracos, acarretando enormes perdas
econômicas aos produtores.
Pela experiência de países com suinocultura altamente especializada nas
quais houve entrada da doença, foram notadas características muito
preocupantes da PRRS, como alta taxa de difusão, falta de vacinas eficientes e
incapacidade de medidas estritas de biosseguridade em evitar a infecção de
granjas livres. O vírus da PRRS já foi identificado em importantes países
produtores de suínos, sendo endêmico em vários deles. Com informações da
assessoria de imprensa da ABCS.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 29/04/2025 09:50