Porto Alegre, 27 de janeiro de 2017 – Os recentes registros de influenza
aviária no mundo estão mexendo com o setor de avicultura. A Associação
Brasileira de Proteína Animal (ABPA) já foi procurada por países que deixaram
de comprar carne de frango de mercados onde houve casos da doença para saber
se o Brasil tem condições de suprir a demanda. Conforme Francisco Turra,
presidente-executivo da ABPA, cerca de 600 mil toneladas devem deixar de ser
compradas neste ano de nações que notificaram o registro da influenza
aviária.
“O Brasil, conservando a sanidade, tem grande chance de capturar boa
parte dessa quantidade. Em 60 dias, temos condições de nos rearticular para
atender parte da nova demanda”, disse Turra nesta quarta-feira (26), em Porto
Alegre, em evento organizado pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav)
para alertar sobre o risco da doença em razão de casos comunicados pelo Chile
no início deste mês.
Conforme o governo chileno, a influenza aviária registrada seria a de
baixa patogenicidade. No entanto, Turra foi enfático ao alertar que o avicultor
brasileiro não pode baixar a guarda. Pelo contrário, precisa reforçar todos
os controles sanitários na sua produção para afastar qualquer risco. A
primeira medida é proibir a entrada de pessoas estranhas nos aviários ou mesmo
que tenham vindo de viagem.
A influenza aviária tem disseminação muito rápida em lotes de aves,
afetando múltiplos órgãos e apresentando alta mortalidade, conforme
informações do Ministério da Agricultura. Além das mortes, animais nas
proximidades do foco precisam ser sacrificados. De acordo com Turra, o Chile
abateu preventivamente 150 mil perus. Depois de realizar novo teste e confirmar
a doença, determinou o abate sanitário de mais 200 mil aves, que precisam ser
descartadas.
“Lembram da febre aftosa registrada no Estado? Até hoje pagamos o preço
porque um dia tivemos aftosa aqui”, comparou Turra. Em sua palestra, o
presidente-executivo da ABPA informou que o Brasil é líder mundial em
exportação de frango desde 2005 porque houve registro de doenças em países e
essas nações se viram obrigadas a deixar de vender. O cenário pode voltar a
ser favorável para o Brasil. Porém, reafirmou Turra, o avicultor não pode
descuidar dos controles em sua propriedade.
“O Brasil, com esse status sanitário, é uma referência no mundo.
Material genético, por exemplo, incrementamos muito a venda, incluindo ovos
férteis. E há muita procura de países que jamais se imaginou, como a Rússia
e o Egito. Não é só frango que vamos exportar, mas material genético. E o
Rio Grande do Sul, que é um grande produtor, tem de se desdobrar para tomar
cuidado, porque grande parte do comércio do Chile passa aqui pelo Estado,
incluindo o fluxo turístico”, enfatizou o presidente-executivo da ABPA.
Conforme Turra, sem o registro da doença, o Brasil ganha duas vezes: não
perde a sua produção e ainda conquista espaço no mercado internacional
deixado por países que registraram a doença. “A carne de frango brasileira
está presente em 69% dos países europeus e 100% do Oriente Médio. Não dá
para perder esse mercado”, destacou.
O presidente-executivo da ABPA informou ainda que na próxima semana irá
ao Uruguai para mostrar os cuidados sanitários adotados no Brasil e que possam
ser replicados no país vizinho. “Temos de fazer como um exercício de
prevenção de incêndio. Não vai ter incêndio, mas temos de nos preparar como
se houvesse”. As informações partem da assessoria de imprensa da ABPA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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