Porto Alegre, 5 de novembro de 2018 – A Rússia anunciou a retomada das
importações de carne suína e bovina do Brasil. O fato foi confirmado no
último dia 31 de outubro, pelo ministro da Agricultura Blairo Maggi. Na
avaliação do presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi, a retirada dos
embargos russos às carnes brasileiras traz boas perspectivas para 2019. “Até
o fim de 2018 nós não devemos exportar grandes volumes porque os portos da
Rússia ficam congelados nesta época do ano”.
Os embarques das carnes brasileiras estavam suspensos desde dezembro de
2017, devido à contaminação cruzada (acidental, não intencional) pelo
promotor de crescimento ractopamina, na formulação de rações usadas na
alimentação dos animais. Os russos têm restrições ao produto. “Perdemos
muitos produtores de elite em nosso estado por conta deste embargo. Apesar de
Santa Catarina ter ampliado as exportações em 17 mil toneladas neste ano, o
Brasil deixou de exportar 58 mil toneladas em relação ao ano passado”,
lembra Losivanio.
Apesar de Santa Catarina ser um estado livre de febre aftosa sem
vacinação e de peste suína clássica, o status sanitário diferenciado não
agrega valor aos suinocultores na hora de comercializar os animais. “Esperamos
que a retomada das exportações para a Rússia traga uma melhor remuneração
ao produtor. Não podemos mais admitir vender o quilo do suíno na integração
a R$ 2,80 e a R$ 3,50 no mercado independente, com um custo de produção
ultrapassando os R$ 4,10 por quilo”, reitera o presidente da ACCS.
Novos mercados
O presidente da ACCS destaca que o setor produtivo está com expectativas
positivas em relação ao México, já que representantes do País estão
vistoriando plantas frigoríficas em Santa Catarina. “O mercado com a Coreia
do Sul é outra grande aposta para a gente alavancar as vendas de carne
suína”, diz Losivanio.
Mesmo com o cenário promissor para a suinocultura em Santa Catarina,
Losivanio alerta que os produtores devem crescer na atividade com garantia. “A
produção não pode aumentar antes de ter o mercado consumidor”.
Cuidados sanitários
Vários países da Ásia e da Europa que são grandes produtores e
consumidores de carne suína estão sofrendo com a peste suína africana, que
já dizimou milhares de animais no mundo nos últimos dias. O presidente da ACCS
ressalta que os produtores brasileiros devem redobrar os cuidados sanitários
dentro da propriedade para que o Brasil possa se consolidar como um grande
fornecedor de carne suína para o mundo. “Os nossos órgãos governamentais
precisam cuidar também das fronteiras secas e dos aeroportos. Só assim vamos
abrir novos mercados e aumentar o volume exportado”. As informações partem
da do boletim Análise de Mercado, da Associação Catarinense dos Criadores de
Suínos (ACCS).
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2018 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 09/05/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 71,75Preço base - Integração
Atualizado em: 08/05/2025 09:40