Porto Alegre, 25 de fevereiro de 2021 – Em julho de 2019, o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estabeleceu os requisitos para a
importação de bovinos e bubalinos de países que integram o Mercosul. Foram
afixadas regras tanto para animais adquiridos para abate imediato quanto para
gado de engorda. No caso da importação de animais para abate imediato, as
regras constam da Instrução Normativa 18/2019.
Com a seca que atingiu o estado de Mato Grosso nos últimos dois anos, com
mais impacto no ano passado, alguns setores da cadeia produtiva da pecuária
cogitam a possibilidade de importar animais para abate.
A informação, não confirmada pelo Mapa, de que haverá abertura de
importação para países fora do Mercosul, preocupa pecuaristas e entidades
representativas, como é o caso da Associação dos Criadores de Mato Grosso
(Acrimat). “Em relação a liberação da importação de bovinos e bubalinos
de países da América do Sul, adquiridos para abate imediato, como intencionado
por alguns frigoríficos que solicitaram licenciamento para o Mapa, tendo em
vista que nada foi oficializado e não houve, também, consulta a entidades
representativas do setor como a Acrimat, o que posso falar como pecuarista e
como presidente de uma associação que defende os interesses dos pecuaristas,
é que é preciso analisar o impacto dessa atitude com profundidade “, diz o
presidente da Acrimat, Dr. Oswaldo Pereira Ribeiro Jr.
De acordo com o pecuarista, MT sempre executou um trabalho extenso na área
da sanidade animal, com o Mapa a frente e vários outros órgãos em auxílio,
como o próprio órgão de defesa estadual – Indea presente nos 141
municípios de Mato Grosso, para atingir o status de livre da febre aftosa com
vacinação, conseguindo retirar a vacinação em algumas localidades. O último
caso da doença foi relatado há mais de 25 anos.
“Abrir para a importação nos colocaria em risco; pode ocorrer a
reinserção de doenças entre o nosso rebanho, e isso é algo que nos
preocupa”.
Em termos nacionais, o Brasil conta com um serviço de defesa sanitária
certificado e auditado pela OIE, o que permite ao país comercializar sua carne
para mais de 150 nações. A importação de animais, por vezes de origem onde
não se observa o mesmo critério, é algo que pode prejudicar a
comercialização do nosso produto.
O presidente da Acrimat ressalta que em relação aos preços, nada
mudará. “A oferta de animais prontos pode resolver a situação de
determinado frigorífico de certa região por uma, duas semanas. Mas, diante da
possibilidade da importação, é importante chamar a atenção para o aspecto
sanitário”.
A falta de animal pronto é uma realidade, existe uma escassez de animais
devido à grande seca enfrentada pelos produtores mato-grossenses. “As chuvas
estão voltando agora, e a recuperação de pasto só agora está se mostrando
eficiente, o que nos dá a segurança em dizer que até março ou abril teremos
animais prontos para abate”, analisa Oswaldo Ribeiro.
Do total do rebanho mato-grossense, que hoje chega a 30,1 milhões de
cabeças, 85% são criados em pasto, e 15% em confinamento, o que assegura, com
a retomada da normalização do regime de chuvas e a consequente recuperação
das pastagens a entrega de animais prontos para abate nesse período.
“E é sempre bom lembrar que a pecuária é uma atividade de produção
e de médio e longo prazo, portanto estes animais prontos hoje já estavam
programados há três, quatro anos; então o que temos hoje é porque o
pecuarista trabalha e planejou e não por especulação”, finaliza o
presidente da Acrimat.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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