Porto Alegre, 20 de novembro de 2015 – Recentemente, diversos países como
Estados Unidos, China, Canadá, entre outros, vivenciaram um surto de influenza
aviária (IA) que ocasionou problemas socioeconômicos e prejuízos de bilhões
de dólares. Só nos Estados Unidos o prejuízo foi de US$ 1,3 bilhão com mais
de 48 milhões de aves afetadas. O problema ganhou repercussão nos principais
jornais norte-americanos, pois faltaram ovos e aumentaram os preços da carne de
frango.
Para alertar aos avicultores das graves consequências econômicas que o
Brasil pode sofrer em caso de contaminação pelo vírus IA, a Federação da
Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) orienta medidas de
biosseguridade.
A influenza aviária não tem tratamento. “Quando o vírus é confirmado
em uma criação, todas as aves são abatidas para evitar propagação. E esse
abatimento ocasiona prejuízos financeiros imensuráveis. Nesse caso as
restrições de exportação são inevitáveis”, alerta o analista de
pecuária da Famato e veterinário Marcos de Carvalho.
A notificação é obrigatória e imediata também para a Organização
Mundial da Saúde Animal (OIE) e Organização Mundial de Saúde (OMS), por se
tratar de uma doença que representa grave problema à saúde humana. Além
disso, qualquer ocorrência de mortalidade anormal das aves ou doença com
sinais compatíveis com a influenza aviária devem ser notificadas ao Instituto
de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), que ficará responsável em
coletar material sorológico para análise.
As principais formas de contágio das aves e dos seres humanos é o contato
direto com secreções de aves infectadas, fezes, vetores mecânicos
(veículos, materiais e equipamentos), roupas e calçados contaminadas.
O fator que preocupa os órgãos de defesa brasileiros são as aves
migratórias que vêm do continente norte-americano nessa época do ano em busca
de calor e alimento. Em Mato Grosso, existem dois sítios, sendo um no Pantanal
e outro no Araguaia, onde essas aves pousam e podem contaminar as que estão
nos arredores das respectivas regiões. Há uma previsão de que essas aves
migratórias sejam monitoradas através da coleta de material sorológico. O
Estado possui cerca de 620 granjas comerciais para produção de aves para abate
e produção de ovos.
O Brasil é o 3 maior produtor mundial de carne de frango e de peru, onde
70% da produção são destinados para o mercado interno. É o maior exportador
mundial da carne de frango, abastecendo mais de 150 países com receita cambial
de oito bilhões de dólares.
Por mais que o vírus possa chegar ao país pelas aves silvestres, a
proteção das granjas é necessária com medidas de biosseguridade para impedir
sua entrada na produção. Conforme o Carvalho, no Brasil existe uma
Instrução Normativa publicada pelo do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa) com medidas de biosseguridade, porém ainda existem
avicultores que não estão em conformidade, especialmente as instalações
menores e mais antigas que não possuem estruturas adequadas com telas de
proteção. “Barracões inadequados facilitam o acesso de aves silvestres à
produção”, pontuou.
Em Mato Grosso, no caso de propriedades que possuem aves vivendo soltas, o
produtor deve procurar uma unidade do Indea-MT mais próxima e efetuar as
atualizações necessárias, podendo informar a quantidade de aves na
comunicação da vacinação da febre aftosa.
De acordo com informações do Mapa, o problema não é o vírus chegar ao
Brasil, mas se o setor produtivo está blindado à entrada dele. Os órgãos de
defesa como o Indea-MT e o Mapa devem estar à frente de trabalhos de detecção
precoce dos casos positivos, diagnósticos rápidos, adoção de medidas
sanitárias imediatas e conscientização dos produtores.
O veterinário defende a criação de um fundo de amparo aos avicultores
que forem prejudicados em caso de mortalidade das aves. “Acreditamos que seja
necessário maior investimento nos serviços de vigilância e isso torna
relevante a criação de fundos emergenciais sanitários”, disse Marcos.
A Famato, entidade de classe que representa 89 Sindicatos Rurais de Mato
Grosso, completa 50 anos no dia 16 de dezembro de 2015. Ao longo dessas cinco
décadas levantou diversas bandeiras em prol do produtor. Lidera o Sistema
Famato, composto pela Famato, Sindicatos Rurais, Senar-MT e o Instituto
Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Essa trajetória é celebrada
graças ao trabalho dos produtores rurais e dos colaboradores. Acompanhem nossas
redes sociais pelo www.facebook.com/sistemafamato e @sistemafamato (instagram e
twitter) #Famato50anos. Com informações da assessoria de comunicação da
Famato.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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