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CARNES: Avicultura de SC protegeu vidas e alimentou país em ano de pandemia

29 de dezembro de 2020
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Porto Alegre, 29 de dezembro de 2020 – A avicultura industrial teve um
protagonismo extraordinário em 2020: adaptou-se para produzir sem cessar na
pandemia, protegeu seus trabalhadores, abasteceu o mercado interno e manteve em
expansão as exportações de carne de aves. Em 2021 o mercado deve manter-se
aquecido, mas novos desafios sobrevirão como a escassez de milho e o contínuo
enfrentamento da covid-19.

Essas e outras questões são abordadas nessa entrevista pelo presidente da
Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) José Antônio Ribas Júnior.

Como foi o ano de 2020 para a avicultura?

Desafiador. Sob vários aspectos, desafiador. A pandemia colocou toda a
cadeia de valor a prova quanto à capacidade de produzir e cuidar das pessoas.
Neste quesito o setor foi exemplar. Com uma capacidade de aprender e se adaptar
que orgulha a todos nós. Em 2020, o suprimento de grãos, insumo essencial à
atividade, trouxe custos adicionais significativos. Há muito que se fazer neste
tema, que continuará relevante em 2021. Por outro lado, os consumidores no
Brasil e no mundo passam por adaptações. Rendas, empregos e novos hábitos de
vida e de consumo são variáveis que tornam o cenário complexo, mas também
com oportunidades importantes. Entretanto, mesmo com tanta complexidade, a
resiliência do setor nos faz fechar o ano com saldo positivo. Crescemos a
produção e ampliamos nossas exportações. Seguimos cumprindo nosso papel de
protagonismo em SC e no Brasil.

A pandemia do novo coronavírus mudou a vida de pessoas, famílias e empresas.
De que modo afetou a avicultura brasileira e catarinense em 2020?

De várias maneiras. Desde novos hábitos até novos cuidados em todos os
processos de nossa vida profissional e pessoal. Sob a ótica de produção,
foram incorporados inúmeros procedimentos para que todos pudessem seguir
produzindo alimentos (atividade essencial). Milhões em investimentos foram
realizados na viabilização destes procedimentos. Também doações foram
feitas para que Estados e Municípios pudessem cuidar das pessoas. Ficarão
muitos legados na saúde, por exemplo. Enfim, juntos enfrentamos este desafio
além dos portões de nossas fábricas. Outro exemplo são nossos parceiros –
produtores, transportadores – todos de maneira responsável e patriótica
fizeram sua parte para não faltar alimentos.

Nas cidades, novos hábitos estão em transição. Voltar a se alimentar em
casa com a família foi um deles. Alimentos mais convenientes e saudáveis
estão ganhando espaço. E nosso setor tem as competências para atender estes
quesitos. Por outro lado a perda de renda e emprego preocupa. Entretanto, o
nosso setor liderou a geração de empregos. Mesmo na crise batemos recordes de
produção. Isso gerou renda e empregos aos catarinenses e brasileiros. Mais uma
contribuição relevante à sociedade, pois alavancamos a economia para a
recuperação, permitindo que Estados e Municípios investissem em saúde e
educação. Em resumo, a soma destas variáveis trouxe oportunidades ao setor,
graças ao espírito do empreendedor catarinense de fazer parte da solução e
não do problema.

Em sua opinião, a situação de emergência sanitária que o Brasil e o Mundo
vivem estará superada em 2021?

Todos queremos acreditar que sim. Mas toda a sociedade precisa compreender
que esta tarefa, antes de ser coletiva ou do Estado, é de cada um de nós. Mais
cedo iremos superar quanto mais mantivermos a guarda alta quanto aos cuidados
individuais. O novo ano chegará com os mesmo desafios. Mas há uma diferença
que nos faz ter muita esperança: aprendemos sobre isso e hoje temos mais
conhecimento a disposição. Vacinas estão sendo disponibilizadas, protocolos
de cuidados estão consolidados e cabe a cada um cuidar de si e do próximo. Com
estes ajustes teremos um ano que nos trará de volta a normalidade. Não será
uma jornada rápida, mas precisa ser eficiente. O País precisa retomar a
atividade econômica. Muitas atividades foram duramente afetadas, como o setor
de serviços, especialmente, o turismo. Retomar nosso crescimento é essencial
para a qualidade de vida de todos. Nosso setor tem feito sua parte. Cuidamos de
gente e ampliamos a produção.

A superação da crise econômica vai depender da superação da crise
sanitária?

Em grande parte sim. A retomada de muitas atividades movimenta a roda da
economia. Esta roda girando, gera riqueza, por consequência, emprego e renda.
Essas variáveis recuperam o consumo. A recuperação de consumo traz de volta
investimentos. E, por fim, investimentos geram novos empregos e rendas, ou seja,
todo o sistema se retroalimenta numa espiral de crescimento. Desta forma, todos
precisamos entender o nosso papel neste processo: quanto mais nos cuidarmos,
mais cedo e mais rápido esta roda irá girar. Todos ganham. Obviamente que
outros fatores macroeconômicos e políticos afetam este processo. Mas não há
novidade nisso.

As exportações brasileiras de carne de frango foram fortemente favorecidas em
razão das doenças que atacaram os planteis da China. Esse quadro se manterá
em 2021, a China continuará importando esses imensos volumes de carnes?

Entre os fatores macro que citei, certamente a China ocupa papel central
nisso. Sabemos da capacidade Chinesa de recuperação, mas também sabemos que
não poderão abrir mão do Brasil como parceiro relevante no abastecimento de
alimentos. Temos qualidade e custos competitivos. O cenário de 2021 deve ser
muito semelhante ao atual. Na China, mesmo com o aumento da produção interna
de frango e com sensíveis melhoras nos aspectos sanitários de suínos, estas
disponibilidades não são imediatas. Talvez em 2022 possam trazer
repercussões. Certamente, a partir de 2023 o cenário muda. Isso nos remete a
ampliar nossas relações com este país para que continuemos sendo um
fornecedor prioritário. Também é fundamental buscarmos negócios e ou
ampliarmos com outros Países parceiros comerciais.

As indústrias de abate e processamento de aves e suínos estão preocupadas com
as maciças exportações de milho e soja. O preço desses grãos explodiu em
2020 e há ameaça até de desabastecimento interno. Com enfrentar esse desafio
em 2021?

Este tema tem ocupado muito a agenda do setor. Os custos de produção se
elevaram com as cotações dos grãos e a dificuldade em repassar estes custos
torna a situação preocupante. Podemos ter redução de produção, por
consequência, de disponibilidade. Isso, fatalmente, afetará os preços ao
consumidor. O enfrentamento desse cenário exige ações imediatas, no curto
prazo, e ações estruturantes no médio e longo prazos. Não podemos ficar
expostos a esta situação. As iniciativas de importação e aumento da
produção de cereais de inverno -especialmente nos 3 estados do Sul –
ajudarão, mas não serão suficientes sob a ótica de custos. No longo prazo
precisamos ações estruturantes de logística de grãos para as regiões de
produção de proteína e o setor operar de maneira efetiva no mercado futuro.
Há outras ações sendo tratadas junto ao governo federal. Todos estão
sensibilizados para buscar alternativas para este cenário.

Santa Catarina desistiu do intento de ser autossuficiente em milho? Ou descobriu
que isso se tornou impossível?

A autossuficiência não é o alvo. Nossos objetivos estão em ampliar a
disponibilidade interna. Este sim deve ser nosso projeto de Estado. Muitas
frentes estão em andamento. Cito como exemplo a recuperação e ampliação da
produção de cereais de inverno. É fundamental que façamos ações efetivas
neste sentido. O nosso setor, Governos do Estado, Produtores e Cooperativas,
juntos, podem fazer a diferença no sentido de ampliar as disponibilidades. As
tratativas estão acontecendo e tenho certeza que, literalmente, colheremos bons
resultados. As informações partem da assessoria de imprensa da ACAV.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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