Porto Alegre, 17 de dezembro de 2015 – O setor avícola chega ao final
deste ano tão pressionado pelos custos de produção quanto em 2012, ano em que
a avicultura enfrentou um de seus piores momentos. A crise de três anos
atrás, no entanto, deixou lições importantes, baseadas em prudência e
planejamento.
O aprendizado garantiu à cadeia da carne de frango equilíbrio para
seguir crescendo mesmo em um ano instável como 2015. A constatação é da
Expedição Avicultura, projeto técnico-jornalístico que traçou novo
diagnóstico da cadeia produtiva do frango no Sul do Brasil.
A equipe de trabalho percorreu mais de 5 mil quilômetros em roteiros
pelo Paraná e Santa Catarina e, pela primeira vez, visitou também o Rio Grande
do Sul. Juntos, os três são responsáveis por 63% da produção avícola
brasileira e controlam 75% das exportações.
Em 2015, apesar da instabilidade econômica, a região Sul conseguiu
manter os índices de abate e cresceu em exportação, enviando 9,31% mais carne
de frango para outros países, segundo dados da Secretaria de Comércio
Exterior (Secex).
“Embora tenha enfrentado um cenário negativo, a atividade se portou
muito bem. A avicultura no Paraná e no Brasil é muito séria, muito técnica e
muito inteligente. É uma atividade que efetivamente trabalha com planejamento
de curto e médio prazo. Ficamos de olho na economia como um todo”, aponta o
presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná
(Sindiavipar), Domingos Martins.
Para a Expedição Avicultura, o aprendizado tem raízes na crise de
2012. Naquele ano, a disparada dos preços internacionais da soja e do milho
usados na fabricação de ração para as aves afetou fortemente o setor
produtivo. Este ano, segundo apuração da equipe de técnicos e jornalistas, os
custos com energia – seja elétrica na indústria, a diesel para o transporte
ou ainda a lenha para os aviários – e a variação cambial construíram
cenário semelhante ao de três anos atrás.
“Tanto o produtor quanto a indústria dizem que nunca se gastou tanto
para produzir um frango como neste ano. Talvez o setor esteja sendo pressionado
em custos tanto quanto, ou até mais que em 2012. Mas como a cadeia produtiva
está ajustada e conseguiu distribuir bem os mercados e não derrubar os
preços, está conseguindo se manter equilibrada e seguir crescendo”, explica
analisa o integrante da Expedição Avicultura, Igor Castanho.
A valorização do dólar frente ao real inflacionou o preço dos
insumos, mas também favoreceu as exportações e tornou a carne de frango
brasileira mais atrativa para compradores internacionais. O que difere 2015 de
2012, de acordo com o diagnóstico da Expedição Avicultura, é a capacidade de
regular a proporção da oferta entre o mercado interno e o externo ou a
habilidade de se adaptar à movimentação do mercado.
“O setor aproveitou os momentos favoráveis para ampliar a capacidade
de abate e aprendeu que não adianta aumentar a oferta desenfreadamente. Quem
fala em ampliar a produção hoje, adota um discurso cauteloso, de só expandir
com mercado aberto ou para atender um nicho em potencial”, analisa Castanho.
Perfil Avícola
Após percorrer o Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, o projeto
conseguiu traçar o perfil produtivo de cada região. Responsáveis por 32% dos
abates de aves do país, os avicultores paranaenses são, em sua maioria,
grandes empresários rurais. “As áreas são um pouco maiores do que nos
outros dois estados e o proprietário da granja nem sempre acompanha a
evolução diária das aves”, explicou Castanho. O Paraná se destaca ainda
pelo alto índice tecnológico, com ampla utilização de aviários em sistema
dark house e controle total de ambiência para as aves.
Em Santa Catarina, segundo colocado em volume de produção (17%), e no
Rio Grande do Sul, que detém 14% da participação nacional, a realidade é
outra. De acordo com a equipe da Expedição Avicultura, as áreas são menores,
muitas delas têm menos de 10 hectares, e a maior parte tem a avicultura como
principal fonte de renda. “O produtor mora na propriedade e, às vezes, tira o
sustento da família inteira da granja e de outras pequenas culturas. Se não
consegue investir tanto em tecnologia, o avicultor desses estados compensa com o
manejo, tendo uma proximidade diária junto às aves”, ilustrou. As
informações partem da assessoria de imprensa da Expedição Avicultura 2015.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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Atualizado em: 26/06/2025 13:30