Porto Alegre, 27 de outubro de 2015 0 Um novo modelo de encontro para a
Pecuária do Brasil e da América Latina, que privilegia relacionamento, bons
negócios, tecnologia, mercado, debate e a figura central do segmento: o boi
brasileiro, de diversas raças. Esta foi a principal avaliação feita sobre a
BeefExpo 2015 & I Congresso Latino-Americano de Pecuária de Corte pelos 1.200
pecuaristas, executivos e especialistas que participaram dos dois dias do
evento, em Foz do Iguaçu, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention. Um
evento que surpreendeu toda a cadeia da bovinocultura da América do Sul e que
já está sendo considerado o melhor evento do ano.
Foram vários os diferenciais que atraíram congressistas e visitantes
de Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, México, Estados Unidos, China e
Costa Rica. A cidade de Foz do Iguaçu (PR) foi eleita devido à sua
localização estratégica, próxima a produtores e das fronteiras com Argentina
e Paraguai, eixo sul-americano que vai ser a segunda região do planeta
responsável pelo crescimento na produção e no consumo da carne bovina.
Outubro é o mês de alta estação do turismo na cidade e o local escolhido
encantou a todos pela beleza, dimensão e luxo em todas as dependências do
Recanto Cataratas.
Um dos pontos altos do evento foi a retomada dos julgamentos da raça
Nelore no Sul do Brasil, com a disputa envolvendo animais ligados à
Associação dos Neloristas do Paraná (ANEL), que valeu pontos e posições
dentro do ranking da ANEL e da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil
(ACNB). “Estamos trabalhando para incrementar a produção e a seleção de
rebanhos de qualidade para o plantel da raça Nelore dentro do Paraná. E
voltarmos ao circuito nacional de julgamento da raça é um dos passos mais
importantes neste sentido. Fazer isto em Foz do Iguaçu, uma cidade símbolo
para o Estado, é como realizar um sonho antigo”, celebrou Raphael Zoller,
empresário, criador e presidente da ANEL.
Outro destaque foi a inédita Mostra de Animais, que contou com
representantes das raças Sindi, Senepol, Braford, Angus e Braford, vindos de
fazendas do Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Todos os plantéis
ficaram instalados em local privilegiado a frente do hotel, sob os olhos atentos
de quase trinta tratadores.
Ainda falando do Boi Brasileiro, na área do foyer, entre a Feira de
Negócios e o auditório principal, foram montados lounges que mostraram o
trabalho feito por raças como Senepol, Sindi, Hereford e Braford, além de uma
área especial para a exibição de um animal de cada uma das raças presentes
ao evento. A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil promoveu uma
degustação de carnes do Programa Nelore Natural e uma exposição de
equipamentos utilizados na produção dentro de fazendas e agropecuárias, como
balança, bebedouro, curral, etc., foi montada na frente da entrada principal do
Recanto Cataratas Thermas Resort. “Isto ficou lindo demais. Este local, os
animais, este cheiro de Pecuária”, comentaram felizes Fernando Nemi Costa, da
Costa Assessoria Pecuária, e Adaldilho Castilho, da Fazendas Reunidas
Castilho.
Na área de conhecimento, foram sessenta palestras em dois grandes
painéis. O Beef 360, com as apresentações técnicas promovidas pelas
empresas, e o Beef Management, onde os especialistas examinaram as questões do
mercado da produção de carne bovina, tradicionais e renomados pecuaristas
analisaram e debateram todos os ângulos que marcam a atividade, e
representantes dos três grandes frigoríficos, que abatem 85% da produção
brasileira, refletiram sobre como todos os elos da cadeia podem trabalhar no
sentido de uma carcaça mais padronizada, com expessura mínima de gordura e ph
aceitável.
“A margem líquida da pecuária saiu de 50%, na década de 70, e hoje
gira em torno de 15%. Isso quer dizer o produtor tem que quebrar paradigmas,
mudar seu sistema de produção. Ou mudar sua vida. Não dá para continuar
produzindo como há 40 anos”, explicou o pesquisador da Agência Paulista de
Tecnologias Agropecuárias (APTA), Gustavo Rezende .
Sobre as perspectivas para o segmento, o diretor do Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada – Esalq | USP, Sergio de Zen, falou que esse
é o momento de investir no que é necessário e sugeriu: “Verifique se sua
genética é compatível com seu pasto, com seu pessoal, pois não tem receita.
Cada empresário tem que fazer a sua análise. Você é o responsável, o dono
da propriedade. E não adianta o pecuarista sair da atividade. A longevidade da
atividade é imensa e ela perde produtividade porque falta investimento”,
decretou.
Em suas projeções para 2024, o especialista Osler Desouzart afirmou que
o Brasil deverá seguir liderando as exportações de carne bovina, com 20,3%
do mercado. Mas é preciso não esquecer nunca de ser eficiente. “Vocês
querem ganhar dinheiro? Precisam vender cada corte para os países que pagam
mais por eles. A carne bovina vai crescer, e o Brasil seguirá sendo potência.
Agora, do plantel de produtores que temos hoje, apenas 20% dos produtores vão
sobreviver”, previu Osler Desouzart.
No encerramento do primeiro dia de atividades, foi realizada a
cerimônia de entrega do Prêmio BeefWorld aos treze destaques do segmento em
2015, eleitos por meio de votação direta no site da Revista
BeefWorld.Empreendedor do Ano: Pedro Merola Programa de TV: Giro do Boi da JBS
Canal Rural, Professor/Pesquisador: Flavio Rezende, Produtor de Bezerros:
Rubinho Catenacci, Produtor de Carne de Qualidade: Valdomiro VPJ, Produtor de
Genética: Calos Viacava, Produtor Integração lavoura-pecuária: Mateus
Arantes, Produtor Bem Estar Animal: Beatriz Biaggi, Confinador: André
Perrone, Liderança Pecuária: Luis Claudio Paranhos, Profissional de Insumos:
Luis Fernando Tamassia, Profissional Consultor: Antonio Chaker, Profissional
Indústria Frigorífica: José Pedro Crespo. O prêmio também fez três
homenagens especiais: Usina Hidrelétrica de Itaipu, Raphael Zoller, da ANEL, e
Carlos Alberto da Silva, da Publique. A noite terminou com a entrega dos
prêmios aos vencedores da primeira bateria de disputas do Julgamento da Raça
Nelore da ANEL e um coquetel oferecido pela Safeway Agro a todos os
participantes.
A BeefExpo ainda trouxe a feira exclusiva de negócios, com a presença
de mais de trinta importantes empresas do segmento, que levaram as novidades
tecnológicas nos setores de equipamentos, genética, nutrição, processamento,
reprodução, instalações e saúde animal. Também mostrou o Primeiro
Congresso Internacional de Agrojornalismo (AGROJOR), que contou com uma conversa
franca e aberta entre jornalistas do segmento e os diretores dos três
frigoríficos que abatem 85% do boi brasileiro: JBS, Marfrig Group e Minerva
Foods. E homenageou os tratadores, pessoas-chave para a presença dos animais
num evento como este, que ganharam um churrasco completo ao fim das atividades
do primeiro dia do evento, além de brindes em um animado sorteio que fechou
todas as atividades da BeefExpo 2015.
“Quero parabenizar os organizadores por realizar um evento deste
nível em Foz do Iguaçu e resgatar a tradição da Pecuária de Corte que o
Paraná já possuiu. E quero firmar um compromisso de que o Governo do Estado
vai dar todo o apoio ao evento nas próximas edições”, declarou o Deputado
Federal, Secretário de Agricultura do Paraná e integrante da Frente
Parlamentar da Agricultura, Abelardo Lupion. “Este é um momento mágico.
Estamos assistindo o nascimento de um grande encontro da Pecuária, com jornada
de conhecimento, negócios, confraternização, e exposição e julgamento de
animais. O Paraná e o Brasil só têm a ganhar com este evento”, falou
emocionado o pecuarista Carlos Viacava.
Para a presidente do evento, Flavia Roppa, o evento surpreendeu
positivamente, pois teve uma participação e aceitação muito grandes do
público. “Os participantes se impressionaram com a estrutura oferecida.
Aliás, muitos aproveitaram a viagem e levaram suas famílias para aproveitar
também os vários pontos turísticos oferecidos pela cidade, que é totalmente
turística. Estamos animados em fazer a próxima edição e trazer mais
pecuaristas e empresas em 2016”, revelou.
A executiva faz questão de frisar que sempre acreditou que a pecuária
brasileira merecia um encontro de caráter internacional, com ênfase em
relacionamento e, inegavelmente, com a presença de animais. “O Brasil já é
o maior exportador mundial de carne bovina e o segundo maior produtor. Com um
rebanho de mais de duzentas milhões de cabeças e um grande contingente de
pecuaristas que ainda não investem em tecnologia, nosso futuro pode ser ainda
mais brilhante. Não faz sentido prescindirmos de um evento de gabarito,
realizado num local de classe, com intenso relacionamento e a presença de
animais, muitos animais. Em leilões, amostras, exposição e julgamentos. A
proposta da Beef é esta e vamos organizá-la no ano que vem ainda maior, mais
linda e produtiva. O pecuarista e as empresas do segmento merecem. Até o ano
que vem”, convoca Flávia Roppa. As informações partem da assessoria de
imprensa do evento.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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Atualizado em: 29/07/2025 08:25