Porto Alegre, 07 de outubro de 2014 – Cerca de 2,5 milhões de bovinos
criados em confinamento, ou 60 por cento dos animais confinados no Brasil em
2014, chegarão ao mercado para abate nos últimos três meses do ano, mas nem
essa oferta adicional será capaz de pressionar significativamente os preços da
arroba do boi gordo, que se encontram em patamares recordes.
A avaliação é do gerente-executivo da Associação Nacional dos
Confinadores (Assocon), Bruno de Jesus Andrade, para quem os pecuaristas vão
seguir forçando novas altas, o que tende a apertar mais as margens da
indústria, uma vez que não há alternativa considerável de gado de pasto para
os frigoríficos neste período do ano.
O preço da arroba bovina tem batido recordes na BM&FBovespa, assim como
no mercado físico, após um ano em que as pastagens foram prejudicadas pela
falta histórica de chuvas no verão, afetando a engorda dos animais.
“O produtor está testando os limites de alta cada vez mais, segurando os
animais… Não vejo queda nos preços por conta da oferta de animais
confinados”, disse Andrade em entrevista à Reuters nesta terça-feira.
Apesar de representar apenas 10 por cento dos abates do país –onde a
criação é predominantemente extensiva–, o gado de confinamento entra de
forma mais concentrada no mercado.
O preço no mercado físico paulista teve ligeira queda na segunda-feira,
após uma máxima histórica nominal de 130,43 reais por arroba na sexta-feira,
segundo Indicador Esalq/BM&FBovespa.
A cotação se aproximou da máxima de quase 135 reais de novembro de 2010
em valores corrigidos pela inflação do período.
Segundo Andrade, a queda do preço do milho, para mínimas em quatro anos
no mercado interno, tem ajudado os produtores a segurar por mais tempo os
animais no confinamento, visando maiores ganhos com a venda de gado mais pesado.
“O animal que seria terminado com 18 arrobas, ele acaba sendo terminado
com 19, 20 arrobas”, disse o executivo.
O indicador do milho, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada (Cepea), está em torno de 22 reais por saca de 60 kg, perto
da menor cotação em cerca de quatro anos, com pressão da oferta grande do
cereal no país e da derrocada dos preços internacionais pela supersafra que
está sendo colhida nos Estados Unidos.
Por outro lado, disse o executivo da Assocon, a demanda por carne bovina
no país, que está limitada pelos altos preços do produto, é o teto para os
preços da arroba. “Não vejo (a arroba) subindo muito porque o limite é o
consumidor”, frisou ele, admitindo que poderá haver uma semana ou outra de
maior pressão da oferta, mas nada que tire a sustentação do mercado.
A única incerteza vem de animais criados nos chamados
“semiconfinamentos”, os quais a Assocon não tem levantamentos.
PERSPECTIVAS
O gerente-executivo da associação avalia que o mercado deverá seguir
firme até a entrada de maior número de bois de pasto no mercado, o que poderia
acontecer apenas a partir de março.
Segundo ele, após a recuperação dos pastos em janeiro de 2015, com as
chuvas chegando às regiões produtoras ao final de outubro, os animais só
teriam peso suficiente para ir para o abate em maior número em março, quando o
mercado bovino poderia passar a registrar quedas mais acentuadas de preços. As
informações partem do site da Reuters.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 22/11/2024 17:50