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CARNES: Brasil deve negociar acordo digno entre Mercosul e UE, defende SRB

6 de novembro de 2017
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Porto Alegre, 6 de novembro de 2017 – Apesar de existir a intenção de
Mercosul e União Europeia em concluir as negociações do Acordo de Livre
Comércio entre os dois blocos, o agronegócio brasileiro ainda considera que
são desvantajosas as condições para o Brasil selar o tratado. A avaliação
é da Sociedade Rural Brasileira (SRB) às vésperas do início da próxima
rodada de negociações, que deve acontecer esta semana.

Embora haja expectativa de consenso entre as partes e que o acordo seja
anunciado durante a Conferência Ministerial Bienal da Organização Mundial do
Comércio (OMC), que acontecerá entre os dias 10 e 13 de dezembro, na
Argentina, a SRB defende que o Brasil deve manter uma postura firme e cautelosa
nesta fase final e decisiva, mesmo porque o acordo com a União Europeia poderia
representar o começo de diversas outras negociações, algumas delas já
iniciadas e outras que precisam entrar na pauta em breve. “Estamos certamente
atrasados, mas isso não deve ser motivo para assinarmos um acordo que não
represente os interesses nacionais”, avalia Marcelo Vieira, presidente da SRB.
“O acordo deve representar os interesses nacionais pela natural influência
que exercerá nas negociações futuras”, diz o dirigente.

Na prática, a entidade avalia que a contrapartida a ser obtida pelo bloco
do Mercosul precisa ser tão relevante quanto o acesso ao amplo e crescente
mercado consumidor que será garantido à União Europeia. Para a SRB, as
sinalizações dadas pelo bloco europeu representam um retrocesso em
comparação ao que já foi apresentado no passado, época em que o mercado
comum europeu era mais restrito e com menor número de países.

Em recente reunião realizada em Montevidéu, a Federação de
Associações Rurais do Mercosul (Farm) reivindicou uma elevação da cota de
carne bovina negociada com a União Europeia, de 70 mil para 390 mil toneladas.
A SRB ressalta que o aumento ainda representaria apenas 5% do mercado de carne
europeu, que consome quase 8 milhões de toneladas por ano. Na questão da carne
suína, a oferta europeia é ainda pior: uma quota de 17 mil toneladas, ou
apenas 0,1% do mercado, o equivalente a 9 horas do consumo europeu. Não existe
cota para o açúcar, enquanto no etanol, a cota foi reduzida a 600 mil
toneladas. “Entregar o acesso preferencial para o mercado consumidor do Brasil
por uma mediocridade de cotas é inaceitável”, avalia Vieira. Em conjunto,
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai representam 20% da produção mundial de
carne bovina e 22% do comércio internacional. “Caberá aos nossos
negociadores representar com dignidade os interesses nacionais sem se deixar
levar por pressões individuais de cada país”, aponta Vieira.

Além de estipular cotas crescentes para evitar uma estagnação do
mercado, a SRB também propõe o fim das tarifas intra-cotas. O acesso já é
diminuto e o produtor do Mercosul deve obter a íntegra dos preços europeus.
“Não tem absolutamente sentido deixar ainda parte desse valor com o Tesouro
comunitário. A escalada tarifária deve ser rechaçada. O acesso a bens
industriais será livre. Também não faz sentido o acesso a bens da
agroindústria ficar protegido por tarifas, escondendo-se com os argumentos do
produtor agrícola europeu”, ressalta.

Sobre a SRB

Fundada em 1919, a Sociedade Rural Brasileira trabalha há quase um século
com políticas públicas e iniciativas voltadas para o desenvolvimento da
cadeia produtiva do agronegócio brasileiro. Formada em sua origem por
produtores rurais dotados da convicção de modernizar constantemente o setor,
seja pelo melhoramento tecnológico, pelo ambiente regulatório e pelo aumento
da produtividade, a SRB insere-se em pleno século XXI como uma plataforma de
intermediação entre os diversos elos dessa cadeia produtiva. Solucionar
conflitos, gerar consensos e encontrar soluções são os conceitos-chaves para
que o agro brasileiro continue sendo cada vez mais eficiente, competitivo e
sustentável. Com informações da assessoria de imprensa da SRB.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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